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Por Jornal Nacional


Gilmar Mendes revoga decisão que paralisava investigação contra Flávio Bolsonaro

Gilmar Mendes revoga decisão que paralisava investigação contra Flávio Bolsonaro

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, derrubou a decisão que paralisava a investigação contra o senador Flávio Bolsonaro. A decisão permite que o Ministério Público do Rio retome a investigação que começou a partir de relatórios do antigo Coaf - atual Unidade de Inteligência Financeira.

O ministro Gilmar Mendes suspendeu a liminar que ele mesmo tinha concedido em setembro, quando atendeu a um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro, atualmente sem partido. Gilmar Mendes ressaltou que naquela decisão ele afirmava que a investigação ficaria suspensa até o julgamento final sobre o tema no Supremo Tribunal Federal.

Em julho o presidente do STF, ministro Dias Toffoli suspendeu todas as investigações que usassem informações bancárias e fiscais sigilosas sem autorização prévia da Justiça. Mas, na última quinta-feira (28), o Supremo decidiu por 9 votos a 2 que é constitucional o compartilhamento de dados detalhados de órgãos de inteligência com o Ministério Público e polícias sem o aval prévio da Justiça. A decisão vale tanto para a Receita Federal quanto para o antigo Coaf, hoje, Unidade de Inteligência Financeira.

O ministro Dias Toffoli, que tinha votado contra o envio de informações completas da Receita, retificou o voto na sessão. E também revogou a liminar que suspendeu, em julho, processos e investigações que tinham o compartilhamento detalhado de dados sigilosos.

Com essa última decisão do STF, mais de 900 investigações poderão ser retomadas, entre elas a que apura supostas irregularidades cometidas por Flávio Bolsonaro enquanto era deputado estadual no Rio, e pelo assessor dele na época, Fabrício Queiroz.

Relatórios do antigo Coaf apontaram movimentações suspeitas, de um R$ 1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

O Ministério Público investiga se funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro eram obrigados a devolver a ele parte dos salários, uma prática conhecida como “rachadinha”.

O Coaf também encontrou 48 depósitos, em dinheiro vivo, no valor de R$ 2 mil cada, nas contas bancárias de Flávio Bolsonaro entre junho e julho de 2017.

Em abril, antes da decisão do ministro Dias Toffoli, a Justiça do Rio tinha determinado a quebra do sigilo bancário de Flávio Bolsonaro, da mulher dele, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, e da empresa dos dois, Bolsotini Chocolates e Café.

Também foram quebrados os sigilos bancários do então assessor, Fabrício Queiroz, da mulher, e das duas filhas dele, e de outros 88 ex-funcionários do gabinete, seus parentes e empresas relacionadas.

O Ministério Público não revelou quando vai retomar as investigações envolvendo o atual senador Flávio Bolsonaro. Isso porque o processo permanece em sigilo. Os trabalhos dos promotores ficaram interrompidos por pelos menos dois meses.

Em nota, a defesa do senador Flávio Bolsonaro afirmou entender que o cenário é o mesmo de quando o Ministério Público começou a investigação, há pouco mais de um ano. Declarou também esperar que a Justiça siga seu curso natural e que a verdade seja restabelecida, quando a apuração terminar.

A defesa de Fabrício Queiroz disse receber com tranquilidade a decisão e se declarou confiante de que a Justiça vai prevalecer.

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