Rio crise no Rio

Pezão diz a servidores que permanência no governo até fim de 2018 é dúvida

Picciani afirmou, em entrevista, que, sem acordo fiscal, resta intervenção federal ou impeachment
O governador Pezão em reunião com servidores Foto: Divulgação
O governador Pezão em reunião com servidores Foto: Divulgação

RIO - O governador Luiz Fernando Pezão afirmou a servidores, nesta quinta-feira, que a única solução para o Rio é o acordo de ajuste fiscal e que não há previsão de quando vai pagar os salários atrasados, segundo os representantes de servidores recebidos em reunião no Palácio Guanabara. No encontro para discutir a situação dos trabalhadores, que teve também a presença do líder do governo na Alerj, Edson Albertassi, Pezão teria afirmado que, caso o estado não consiga sair da crise atual, sua permanência até o fim do mandato é dúvida.

— Por diversas vezes, o governador falou que não sabe se continua no governo até o fim de 2018. É algo preocupante ver a queda de braço entre o Executivo e o Legislativo no Rio. Enquanto isso, os servidores estão passando fome — disse um dos líderes do Movimento Unificado dos Servidores Públicos (Musp), Ramon Carrera, após a reunião, que durou duas horas e meia.

Nesta quinta-feira, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani, enviou um e-mail a Albertassi (PMDB) criticando duramente Pezão . Na mensagem, ele fala até em votação para o impeachment do governador. Em entrevista ao programa CBN Rio, da Rádio CBN, Picciani afirmou que, se o acordo de recuperação fiscal não for homologado, o Rio só tem duas alternativas: intervenção federal ou impeachment do governador.

Esse foi o primeiro encontro de Pezão com os servidores desde novembro de 2015, apesar de o Rio permanecer em estado de calamidade há um ano.

O acordo de ajuste fiscal está paralisado pela falta de aprovação do teto de gastos exigido pela União. Os rendimentos de abril, maio e o décimo terceiro de 2016 dos servidores estão pendentes, os planos de carreira estão congelados e aprovados em concursos não foram convocados.