Economia

Rombo da Previdência será de R$ 309 bilhões em 2019, prevê governo

No ano passado, déficit foi de R$ 288 bi. Gasto com servidores federais é 3,5 vezes maior do que arrecadação da categoria

Déficit da Previdência este ano é maior do que o do ano passado: R$ 309 bilhões contra R$ 288 bilhões
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Márcia Foletto/15-01-2019
Déficit da Previdência este ano é maior do que o do ano passado: R$ 309 bilhões contra R$ 288 bilhões Foto: / Márcia Foletto/15-01-2019

BRASÍLIA- Com as regras atuais, a Previdência deve ter um rombo de R$ 309,4 bilhões neste ano. Isso é o que faltará para pagar aposentadorias e pensões, além de todo o dinheiro que o governo arrecada com as contribuições de patrões e empregados. A estimativa do Tesouro Nacional mostra o agravamento rápido das contas do sistema de aposentadorias. No ano passado, o déficit foi de R$ 288,8 bilhões.

De acordo com o Ministério da Economia, as despesas totais para bancar a aposentadoria de servidores públicos federais são 3,5 vezes maiores que o que a União arrecada com eles. No ano passado, foram gastos R$ 91,6 bilhões: um crescimento de 4% em relação a 2017. Os dados foram divulgados no momento em que o governo quer apoio da sociedade para que a reforma da Previdência seja aprovada no Congresso Nacional.

Somente em janeiro, o governo federal teve de gastar R$ 13,8 bilhões com aposentadorias e pensões. Mesmo assim conseguiu economizar R$ 30,2 bilhões em janeiro: uma queda de 5,5% em relação ao poupado em janeiro de 2018, já descontada a inflação. A diminuição ocorreu porque, no ano passado, o governo teve uma arrecadação muito forte com o Refis que não se repetiu neste ano.

— Ninguém pode tomar o resultado de janeiro como projeção para o ano porque ele sempre vem positivo —falou o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, ao ressaltar que todo o início de ano há resultados e municípios.

Nos últimos 12 meses, o rombo das contas do governo federal está em R$ 123,2 bilhões. A meta para este ano é não deixar ultrapassar a marca de R$ 139 bilhões. Há dois anos, existem sinais de melhoras nos indicadores das contas públicas. O déficit saiu de 2,6% de tudo o que o Brasil produz (Produto Interno Bruto) para 1,7% do PIB.