A decisão do prefeito Fernando Haddad de decidir por decreto a regulamentação de aplicativos como o Uber na cidade de São Paulo era uma das alternativas previstas pelos vereadores da Câmara Municipal, uma vez que o projeto de lei que trata do assunto ficou pendente de votação em duas tentativas seguidas. Outra opção era insistir no mesmo projeto ou propor outro, o que demandaria mais tempo.
Como os vereadores, pressionados pelos taxistas contrários ao Uber, não conseguiram disciplinar a questão, e como não havia possibilidade de fazer novas emendas ao projeto, havia a possibilidade técnica de o prefeito baixar um decreto sobre o tema.
No dia antes da última tentativa de votação, o lider do governo, Arselino Tatto, disse aos líderes dos partidos que Haddad poderia baixar o decreto, mas preferia que os vereadores aprovassem o projeto com o mesmo teor. "O prefeito tem sempre respeitado muito o Legislativo e ele quer que o Legislativo vote esse projeto. O prefeito tem outras alternativas, mas ele quer valorizar o Legislativo", disse Tatto na época.
No dia em que a votação caiu pela segunda vez, o presidente da Câmara, Antonio Donato, deixou claro que Haddad poderia baixar o decreto.
"A Câmara tem seu tempo e o Executivo tem seu tempo e suas necessidades. Se o Executivo avaliar que esta premido por uma necessidade de regular e fiscalizar o sistema e que ele precisa fazer isso por decreto, mesmo com a fragilidade jurídica que eu acho que tem o decreto, é uma decisão do Executivo. Acredito que a Câmara vai entender isso. Isso não significa que o debate na Câmara para a construção de um novo projeto se encerre".