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vacinação-febre-aftosa-pecuaria-boi-nelore (Foto: Governo de Rondônia/Reprodução)

Govderno federal quer entender se reações à vacina contra a aftosa foram causadas pela forma de aplicação ou por problemas com a qualidade dos produtos (Foto: Governo de Rondônia/Reprodução)

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou nesta sexta-feira (7/7), que o governo vai investigar as causas dos abscessos encontrados na carne bovina in natura exportada para os Estados Unidos, que levaram à suspensão dos embarques ao país. Uma missão técnica brasileira vai aos EUA na próxima quinta-feira (13/7) para tentar resolver a questão e conseguir a reabertura do mercado.

Uma das hipóteses é de a vacina contra febre aftosa aplicada no rebanho bovino tenha provocado reações, causando o problema. Maggi afirmou, ainda, que o ministério vai realizar inclusive "testes cegos" com marcas diferentes de vacina contra a aftosa. Há uma discussão em curso sobre se a causa dos abscessos está na composição da vacina ou na aplicação incorreta do produto.

"Estamos fazendo um mapeamento no Brasil inteiro por meio de nossas superintendências e dos frigoríficos para saber onde há mais problemas, ou não", disse ele, reforçando que a apuração também deve testar as diferentes marcas de vacinas. Sobre a aplicação do medicamento, Maggi disse que o problema "pode estar lá também". "Mas é muito mais uma questão de chamamento dos aplicadores", acrescentou.

O ministro reforçou também a determinação para que as carnes enviadas aos Estados Unidos respeitem cortes determinados. "Só podemos resolver esse problema agora no frigorífico, não tenho como resolver isso para trás", disse.

Maggi participa nesta sexta do 3º Diálogo Brasil-Japão sobre Agricultura e Alimentos, em São Paulo. Durante a abertura do evento, o ministro afirmou que o Brasil pleiteou o acesso da carne bovina brasileira ao Japão e ampliação para carne suína oriunda de áreas livres de febre aftosa sem vacinação (Santa Catarina).

Sobre as relações comerciais entre os países, Maggi disse que são décadas de exportação sem problemas entre as nações e encorajou os empresários presentes a "melhorar o ambiente de negócios entre os países". Nesta quinta-feira (6/7), o ministro se reuniu com o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), na sede da Prefeitura. Na pauta, o assunto era a mudança das instalações da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).

China

A China questionou o Brasil na última semana sobre o motivo que levou os Estados Unidos a suspenderem a importação da carne bovina in natura brasileira. A informação é do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, relatada nesta sexta-feira (7/7) a jornalistas, em São Paulo. Maggi disse que considera este questionamento algo natural no mercado. "Precisamos explicar o procedimento", afirmou.

A China devolveu ao Brasil em maio, ou eliminou logo após o desembarque, um volume de carne três vezes maior que o registrado em abril, mostram dados divulgados pela Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena chinesa (AQSIQ) e compilados pelo Broadcast Agro.

A autoridade asiática devolveu 268,8 toneladas de proteína de frango e destruiu 81,4 toneladas de carne bovina e de frango importadas do Brasil ao longo do mês de maio, num total de 350,2 toneladas. Já em abril, foram 81,6 toneladas de carne de frango e bovina devolvidas e 25,9 toneladas destruídas, totalizando 107,5 toneladas.

Em relação aos meses de janeiro, fevereiro e março não constam rejeições chinesas para as carnes oriundas do Brasil nos relatórios da AQSIQ. Os motivos apontados nos relatórios da agência vão desde rotulagem não adequada a produtos que não passaram pela inspeção, sem mais detalhes.