Decoração
Apê de arquiteta tem peças reaproveitadas e estilo escandinavo
Camila Cavalheiro morou 10 anos em Barcelona. Agora, de volta ao Brasil, trouxe em sua bagagem um contêiner recheado de móveis e itens de decoração para serem reaproveitados na nova morada, um apartamento de 100 m², em Porto Alegre, Rio Grande do Sul
3 min de leituraDepois de 10 anos morando em Barcelona, na Espanha, a arquiteta Camila Cavalheiro voltou ao Brasil com o marido e o filho de 4 anos. O novo lar da família, localizado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, foi projetado pela própria moradora e pensado especialmente para receber os itens trazidos da Europa. “Trouxemos um contêiner com móveis e itens de decoração. Aproveitamos tudo na nova morada”, lembra Camila.
A planta original do apartamento, que tem 100 m², tinha a área social pequena e, por isso, os moradores mexeram na estrutura. “A ideia era derrubar a parede entre cozinha e living para integrar com a sala de jantar e deixar o espaço da área social apenas para a sala de estar”, explica a arquiteta. Durante as obras, porém, descobriram que na realidade haviam duas paredes com vão de 70 cm entre elas e, ainda, uma viga. A solução foi manter a segunda parede e aproveitar o espaço do vão para projetar um banco-baú para a copa. “O assento foi feito de madeira reaproveitada de antigas portas, e essa foi a única parede que encontramos tijolos maciços, por isso, resolvemos descascar e deixar aparentes”, conta.
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A reforma da cozinha também incluiu inverter a sua disposição: a parede oposta recebeu bancada com pia, lava-louças e geladeira, todos integrados ao armário de madeira trazido de Barcelona. “Trouxemos o móvel planejado já nessa disposição e ele se encaixou perfeitamente!”, revela a moradora. Nas paredes, nada de azulejos! No lugar, placas de Formica branca com furos que permitem o encaixe de prateleiras, barras e ganchos conforme a necessidade dos moradores. Pensando na dupla função da porta de correr, Camila optou por fazê-las de ferro e com trilho aparente. “Assim não privamos o ambiente da entrada de luz e ao mesmo tempo garantimos privacidade à cozinha quando necessário”, observa.
A sala, que contempla ambiente de estar e jantar, foi pensada nos mínimos detalhes para o bom aproveitamento de espaço. “Para aproveitar o sofá e a cama indiana, projetamos uma mesa e um banco estreitos para as dimensões do espaço do jantar”. Em uma das paredes, estante de nichos exibe livros e peças de decoração oriundas das viagens. Na parede oposta, um bloco de mármore abriga a lareira, enquanto a outra é revestida de tijolinhos banhados em mistura com cal.
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O quarto do casal parece ter sido o ambiente mais fácil de projetar. Isto porque, o espaço recebeu perfeitamente os móveis trazidos: na parede mais larga, o armário, e na outra, a cama-box com papel de parede tropical de folhas de palmeiras metalizadas em um fundo preto. “Os pendentes eu mesma montei!”, orgulha-se Camila, “dois deles foram feitos de copos metálicos indianos e os demais de soquetes que destacam a própria lâmpada de filamento de carbono”, conta.
Já o terceiro dormitório, ganhou função de home office – mas só por enquanto. “Quando tivermos um segundo filho, será dele e o escritório ocupará o quarto de serviços”, planeja. Mas enquanto o bebê não chega, o espaço conta com uma parede inteira coberta de cortiça com iluminação de LED, onde os projetos da arquiteta são exibidos. Prateleiras de nicho, assim como as da sala, abrigam livros e organizam os itens de trabalho. A cadeira de balanço é peça mais que especial: “Era da minha bisavó e restaurei com a ajuda do meu marido”, lembra carinhosamente.
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No geral, a decoração do apartamento segue a linha escandinava e Camila faz questão de explicar: “A minha inspiração é a junção da minha experiência como arquiteta em Barcelona, a nossa personalidade [dos moradores] e, claro, a identidade local, aqui do Brasil. Deste modo, o resultado foi o uso extensivo da madeira, base branca, móveis trazidos de viagens e herdados, combinados à vegetação tropical presente na sala com as samambaias nas prateleiras e a costela de adão sobre à mesa, e até o papel de parede do quarto”, finaliza.