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Ministro Guido Mantega (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Mantega: "Vamos continuar fazendo políticas de intervenção no câmbio "
(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (22/03) que o câmbio foi citado pelos empresários como desafio importante, pois há uma política de desvalorização cambial em vários países, o que coloca os produtos brasileiros em situação de inferioridade. "Temos prejuízos da importação e exportação. E esta questão é vista por empresários como uma questão crucial", relatou.

Segundo ele, o real não pode se valorizar, caso contrário os produtos brasileiros ficam mais caros. "O governo tranquilizou os empresários. Vamos continuar fazendo políticas de intervenção no câmbio que não permitam que o real se valorize. Isso é um compromisso do governo".

Para Mantega, o Brasil é um dos países que mais fazem essa política sem atrapalhar os investimentos. "Temos modelado uma política que tem dado resultados. Desde o segundo semestre do ano passado, o câmbio está em situação mais favorável. Posso afirmar que vai continuar assim", considerou. Mantega participou nesta quinta-feira da reunião de empresários com a presidente Dilma Roussef. 

Guerra dos portos

Mantega engrossou hoje o coro do governo que quer ver aprovada pelo Congresso a Resolução 72, que pretende acabar com a "guerra dos portos". A Resolução 72 procura unificar a alíquota de ICMS interestadual cobrada em produtos e bens importados. A proposta do governo federal é a de que as alíquotas de 7% a 12% (de acordo com o Estado e o produto) passem a ser de 4% para todos.

"Hoje, está tendo incentivo para o importador. O Brasil tem mercado consumidor e está sendo apropriado por importações. Neste sentido, aprovar a resolução é importante", disse Mantega, durante entrevista coletiva, após reunião com empresários e a presidente Dilma Rousseff.
Ele ressaltou que os empresários dialogarão com Congresso sobre as mudanças.

"Estamos exportando empregos. Justamente no momento que está todo mundo desesperado", comentou. O ministro disse também que outro assunto abordado na reunião foi o desenvolvimento tecnológico. "O avanço tecnológico é importante neste momento em que a concorrência está aguda. Não é deixando trabalhador passando fome que vamos crescer mais".

Selic

Segundo Mantega, o governo continuará adotando medidas para reduzir o custo do capital de giro das empresas e para garantir a continuidade da redução da Selic (a taxa básica de juros) pelo Banco Central (BC). "Garantimos que vamos tomar medidas para reduzir o custo do dinheiro", falou, após reunião com empresários.

Mantega lembrou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também continuará atuando na oferta de crédito. E afirmou que o governo irá trabalhar para reduzir o custo do investimento no Brasil.

Segundo ele, o setor público representa apenas 3% dos investimentos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Por isso, o setor privado tem uma responsabilidade grande. "Eles estão fazendo e o governo vai criar mais facilidades para reduzir o custo. Vamos reduzir tributo sobre investimento e sobre a mão de obra. Estamos reduzindo as dificuldades", disse.

Investimentos

O ministro afirmou ainda que os empresários mostraram entusiasmo para continuar investindo no País. "Os setores estão animados para realizar grandes investimentos e realizar crescimento maior", afirmou. O governo, de acordo com ele, elegeu os investimentos como uma das molas de crescimento até 2014. "O setor privado vai aumentar os investimentos e o setor privado também se comprometeu", disse.

Na opinião de Mantega, o investimento é prioritário para deslanchar a economia neste e nos próximos anos. "Vários empresários apresentaram projetos de investimento de grande magnitude", disse. Segundo ele, os empresários também solicitaram uma carga tributária menor. "Temos trabalhado para reduzir carga."

Sobre o mercado de trabalho, o ministro ressaltou que os empresários se manifestaram a respeito do custo da mão-de-obra. Ele enfatizou que, no exterior, existe mais desemprego e, portanto, os trabalhadores estão perdendo seus direitos.

Na opinião de Mantega, apesar de o Brasil estar em pleno emprego é preciso reduzir o custo da mão de obra no país. Nesse sentido, informou que a desoneração da folha de salários das empresas foi um dos temas na reunião da presidente Dilma Rousseff com empresários.

"Aqui temos uma solução que não prejudica os trabalhadores", afirmou. Mantega garantiu que a medida tem a aprovação de todo o setor industrial, embora admita que há críticas em relação à velocidade da implementação. "Todos querem que aconteça, talvez queiram que seja mais rápido", disse. Ele afirmou que o governo irá desonerar a folha de salários em maior escala este ano, sem prejuízo aos trabalhadores.