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Baleia-comum morta na Islândia. (Foto: IFAW)

Baleia-comum morta na Islândia (Foto: IFAW)

Foram dois anos de trégua. Em 2015, a empresa islandesa Hvalur caçou 155 baleias-comuns, mas restrições impostas por seu maior comprador, na cidade japonesa de Tóquio, fizeram a carne ficar empacada. Por esse motivo, foram dois anos sem a matança do segundo maior animal do planeta, atrás somente da baleia azul.

Mas a paz nos mares frios da Islândia já ficou para trás. No dia 10 de junho recomeçou a temporada de caça às baleias por lá e a Hvalur, única empresa baleeira do país, comandada pelo bilionário Kristjan Loftsson, voltou com tudo à atividade. “A burocracia japonesa parece ter se afrouxado e as autoridades japonesas nos escutaram”, disse o diretor-executivo da Hvalur, Kristjan Loftsson, à AFP.

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E elas já começaram a morrer. A primeira, executada no fiorde Hvalfjörður, a oeste da Islândia, superava os 20 metros de comprimento. Um dos 239 animais que a empresa pode matar este ano. São 161 baleias-comum dessa temporada, mas 20% da cota que não foi utilizada nos anos anteriores.

Quase tudo é exportado para o Japão, já que na Islândia ninguém come carne de baleia. Porém, desde 2008, mais de 8,8 mil toneladas de carne e gordura de baleia foram embarcadas para o Japão, apesar da proibição do comércio internacional do produto no âmbito da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES).

Assim como todas as outras grandes baleias, a baleia-comum foi caçada em larga escala durante o século 20 e está listada entre as espécies ameaçadas de extinção. Um acordo assinado por 88 países, incluindo o Brasil, junto à Comissão Baleeira Internacional (CBI) instaurou uma moratória à pesca comercial da espécie, mas Japão, Islândia e Noruega insistem em seguir com a prática.

Nem mesmo na própria Islândia a prática é apoiada pela maioria da população. Uma pesquisa de 2018 revelou que apenas 34% dos islandeses apóiam a caça às baleias, uma queda de 26% em relação a 2013; 34 por cento da população se opõe ativamente à caça à baleia, em comparação com 18% em 2013.

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