Economia

Após Bolsonaro criticar, presidente do BB diz que curso sobre assédio fomenta guerra cultural

Treinamento faz parte de processo de promoção de funcionários do banco
Presidente diz que aula é requisito para entrar no banco Foto: Arquivo
Presidente diz que aula é requisito para entrar no banco Foto: Arquivo

BRASÍLIA — O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, defendeu as críticas que o presidente Jair Bolsonaro fez à exigência de cursos de ética, diversidade e contra assédio sexual para que funcionários do BB sejam promovidos . Novaes disse que conceitos como diversidade foram capturados pela esquerda radical para fins políticos e ideológicos a fim de fomentar uma "guerra cultural" que cria rivalidade entre negros e brancos, pobres e ricos, mulheres e homens, homossexuais e heterossexuais e até entre bandidos e “respeitadores da lei e da ordem”.

“A "guerra cultural" foi um tema sobejamente coberto na campanha presidencial e o povo manifestou nas urnas sua inconformidade com a utilização de conceitos politicamente corretos para fins negativos e inconfessáveis”, afirmou Novaes, em e-mail encaminhado ao GLOBO.

Na edição deste sábado, o jornal publicou as críticas feitas pelo presidente por causa de um edital para assistente técnico da Previ, o fundo de pensão do BB. Nos processos de seleção interna do banco, cursos de caráter ético são uma exigência para que o funcionário evolua profissionalmente. O GLOBO teve acesso ao curso e divulgou o seu conteúdo, que esclarece, por exemplo, o que é equidade de gênero. Temas como prevenção de violência contra a mulher e assédio sexual no trabalho também são abordados.

Novaes afirmou que o presidente chamou sua atenção sobre o assunto. O presidente do BB disse que deu inteira razão a Bolsonaro e argumentou ao GLOBO que a questão não pode ser vista sem a devida atenção para o quadro político mais amplo.

“A verdade é que conceitos nobres, como o da diversidade, foram capturados com fins político ideológicos, pela esquerda mais radical, para fomentar o que chamam de "guerra cultural", onde negros e índios se oporiam a brancos, pobres se oporiam a ricos, mulheres se oporiam a homens, homossexuais se oporiam a heterossexuais e até bandidos se oporiam a respeitadores da lei e da ordem”, disse Rubem Novaes, que completou em sua mensagem:

“Foi dentro deste contexto que entendi o alerta do presidente, dando-lhe inteira razão”.