Por Daniel Silveira e Taís Laporta, G1


Vendas no varejo avançam pelo 3º mês seguido, aponta IBGE

Vendas no varejo avançam pelo 3º mês seguido, aponta IBGE

As vendas do comércio varejista brasileiro cresceram 1,2% em junho frente ao mês anterior (com ajuste sazonal), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (15). Já a receita do setor avançou 0,8% na série livre de ajuste sazonal.

O IBGE revisou os dados do varejo de maio. Em vez da queda de 0,1%, as vendas avançaram 0,2 no mês. Com este resultado, o setor acumula três meses seguidos de alta, interrompendo nove meses seguidos de queda, destacou a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes.

“É o crescimento mais consistente desde o final de 2014”, afirmou Isabella ao comentar os três resultados positivos consecutivos no setor varejista.

Comparação contra junho de 2016

Frente a junho do ano anterior, o setor teve expansão de 3,0% em junho. Foi o terceiro resultado positivo nesta base de comparação e mais intenso que em maio (2,6%) e abril (1,7%).

“Na comparação com 2016 também fica evidente a recuperação no volume das vendas, uma vez que você tem o terceiro resultado positivo nesta base de comparação”, disse Isabella. Ela apontou que se observado apenas os meses de junho na comparação inter anual (junho contra junho do ano anterior), o crescimento de 3% “é o mais robusto desde junho de 2012.

Segundo Isabella, diversos fatores influenciaram o resultado de junho. “O primeiro é a base de comparação muito baixa. Além disso, temos que considerar a demanda represada. O próprio movimento das lojas de oferecerem promoções e mix de produtos com preços mais baixos beneficiou as vendas”, disse.

A pesquisadora enfatizou, ainda, que a queda na taxa básica de juros (a Selic, que está em 9,25% ao ano) beneficiou as vendas de bens duráveis.

No trimestre, o setor acumula alta de 2,5%. Foi o melhor resultado trimestral desde o último trimestre de 2014. “Todas as atividades mostram uma melhora, seja revertendo a queda, reduzindo a queda ou ampliando o aumento que já vinha apresentando”, destacou Isabella.

“Evidente que essa melhora é a mais evidente desde 2014. Mas, o comércio varejista ainda está 8,2% abaixo do seu pico histórico, registrado em novembro de 2014”, destacou Isabella. Já o varejo ampliado, segundo a pesquisadora, está 16,3% abaixo do seu pico, observado em agosto de 2012.

Setores em destaque

As duas atividades que tiveram queda em junho foram equipamentos e materiais de escritório informática e comunicação e a de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo – respectivamente -2,6% e -0,4%. “Esses recuos têm de ser relativizado, porque eles vêm após crescimento no passado”, ponderou Isabella.

1º semestre tem contração

Nos seis primeiros meses de 2017, o varejo teve contração de 0,1% no volume de vendas, ficando próximo à estabilidade frente a igual semestre de 2016. Já nos últimos doze meses, há recuo de 3,0%, diminuindo o ritmo de queda, iniciada em outubro de 2016 (-6,8%).

Por outro lado, a receita nominal de vendas do comércio varejista, em junho de 2017, registrou para essas mesmas comparações, respectivamente: 2,4% frente a junho de 2016, 1,9% no acumulado no ano e 3,2% no acumulado nos últimos doze meses.

No semestre, o volume de vendas no varejo apresentou predomínio de taxas negativas. Das oito atividades pesquisadas, apenas tecidos, vestuário e calçados e móveis e eletrodomésticos apresentaram resultados positivos, respectivamente de 5,8% e 5,9%.

“Embora seja o quinto semestre com resultados negativos, é a menor queda observada neste período”, ponderou a pesquisadora.

Varejo ampliado

As vendas do comércio ampliado, que incluem além do varejo as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, expandiram 2,5% em junho, enquanto a receita nominal cresceu 2,2% frente a maio, na série com ajuste sazonal.

Em relação a junho de 2016, o avanço no volume de vendas do varejo ampliado foi de 4,4% para o volume e 3,5% para receita de vendas. No acumulado do ano, o volume de vendas registrou variação positiva de 0,3%, enquanto o indicador para os últimos doze meses (-4,1%) permaneceu mostrando redução no ritmo de queda, iniciada em julho de 2016 (-10,4%).

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