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Ex-líder da KKK retoma influência após confrontos na Virgínia

Nos anos 80 e 90, David Duke era porta-voz de movimento supremacista branco
Charlottesville. Duke virou manchete Foto: Shaban Athuman / AP/12-8-2017
Charlottesville. Duke virou manchete Foto: Shaban Athuman / AP/12-8-2017

WASHINGTON — Aos 67 anos, David Duke é uma sombra do que foi. Nos anos 80 e 90, era o grande porta-voz do movimento dos supremacistas brancos, quando chegou a ser deputado estadual na Louisiana. Aos poucos perdeu poder, e inclusive a confiança de seus camaradas, depois de admitir que havia mentido sobre estar em más condições, receber doações de outros racistas e usar o dinheiro em cassinos. Mas, agora, ele está novamente no jogo: David Duke não está mais no ostracismo.

Desde sábado da semana passada sua influência voltou a ficar clara: Duke foi a grande voz nacional nos protestos de Charlottesville, na Virgínia. Entrou ao vivo em todas as redes nacionais de TV para dizer que seu grupo estava "decidido a tomar o país de volta, cumprir as promessas de Donald Trump".

Na terça-feira, após o presidente condenar "os dois lados" e afirmar que havia gente boa também no grupo de racistas, Duke o agradeceu, e ganhou a manchete do "New York Times". Trump se recusou a aceitar o apoio de Duke durante a campanha, mas, de alguma maneira, o sucesso do republicano alimenta o supremacista.

Exagerado nos superlativos assim com o presidente — disse que é uma das 100 pessoas mais influentes do mundo e que seus três livros foram lidos por 500 milhões — Duke, que entrou na Klu Klux Klan quando tinha 17, recuperou o posto de referência para os racistas, atualmente dominado por jovens na casa dos 20 anos. A influência de alguém que já foi considerado o maior inimigo dos direitos humanos dos EUA, ao que parece, está de volta.