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Por GloboEsporte.com — Rio de Janeiro

Um Ano Depois: "Florestas dos Atletas" não foi plantada por falta de verba

Um Ano Depois: "Florestas dos Atletas" não foi plantada por falta de verba

Durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, cerca de 13 mil sementes de 207 espécies de plantas foram depositadas em totens que, no centro do Maracanã, formaram os arcos olímpicos verdes. O locutor anunciava para dois bilhões e meio de espectadores que seria plantada a Floresta dos Atletas. A promessa, até hoje, não foi cumprida.

O projeto original prevê que as mudas seriam plantadas no Parque Radical de Deodoro e cuidadas até 2020, para um documentário a ser mostrado na Olimpíada de Tóquio. O custo total seria de R$ 3,1 milhões. Porém, as mudinhas foram levadas para uma fazenda em Silva Jardim, no Norte Fluminense do Estado do Rio de Janeiro. Durante um ano, foram guardadas, protegidas e cuidadas em uma estufa da empresa responsável pelo plantio. Até hoje, neste processo, R$ 600 mil já foram gastos. De acordo com o diretor da Biovert, todas elas estão prontas para serem plantadas. Falta apenas descobrir um detalhe: quem paga a conta.

- A gente achou que a coisa ia bombar. Logo depois que o evento acabou, a coisa murchou. A gente tinha o compromisso de que isso ia acontecer, a gente estava no catálogo que foi distribuído para o mundo inteiro como um compromisso. Mas um ano, e o silêncio foi total. De concreto a gente não tem nada. Tem uma reunião com o comitê e a prefeitura para encontrar uma solução, o TCU já determinou que se cumpra o compromisso assumido diante de mais de dois bilhões de pessoas. A única dúvida é: quem paga? – questiona Marcelo.

O Tribunal de Contas da União apresentou este mês um relatório que cobra a execução do projeto.

- Ao fazer a promessa perante a comunidade mundial, o Comitê Rio 2016 vinculou-se, sobretudo moralmente, por conta do seu dever de probidade, e não apenas pelo fato de a Floresta dos Atletas e o Bosque dos Medalhistas representarem uma parcela mínima daquele compromisso de plantio de 24 milhões de mudas estabelecido no Dossiê de Candidatura. Consumada tal inadimplência, ficará a frustração causada pelo engodo, pela encenação – afirma a nota oficial do TCU.

O Comitê Rio 2016 afirmou que tal promessa não estava no caderno de encargos. Mário Andrada, respondendo pelo Comitê, afirmou em entrevista ao Jornal O Globo que vai honrar o compromisso, mas que não tem condições financeiras. No dia 21 de setembro do ano passado, dia da árvore, o então prefeito Eduardo Paes plantou cem mudinhas no que parecia ser o pontapé inicial para a Floresta. Porém, elas não receberam irrigação ou manutenção. A atual prefeitura afirmou em nota que não há nenhum contrato assinado, mas que aceita dividir a responsabilidade.

- A atual gestão, iniciada em janeiro deste ano, apenas tomou conhecimento deste impasse quando foi questionada pelo TCU, há cerca de um mês. A partir de então, procuramos imediatamente a Biovert, empresa responsável técnica pela execução do suposto plantio, com o objetivo de iniciar as tratativas visando a execução do mesmo – diz a nota oficial da Prefeitura do Rio de Janeiro.

Em um mundo ideal, o terreno teria sido preparado em abril para receber as mudinhas nos meses de setembro, outubro e novembro, período de chuvas favorável ao plantio. Enquanto a verba não chega às mãos dos responsáveis pela execução do projeto, Marcelo Carvalho corre contra o tempo.

- Agora, estamos trabalhando com o cenário possível, trabalhando com mais pessoas. Você desbalanceia os custos, mas consegue entregar o resultado final com a mesma qualidade. Mas é preciso que a gente corra para pegar o período de chuvas que vai vir pela frente.

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