Por G1 RR — Boa Vista


Indígenas de diferentes etnias estiveram concentrados no Centro Cívico de Boa Vista nessa terça (26) e voltaram se reunir no local nesta quarta (27) — Foto: Pedro Barbosa/G1 RR/Arquivo

Dezenas de indígenas voltaram a protestar na manhã desta quarta-feira (27) em frente à Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) contra as declarações do Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que sinalizou uma possível extinção da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). O trânsito no local chegou a ser desviado pela Guarda Civil Municipal.

Participaram do ato, no Centro Cívico, indígenas, suas lideranças, servidores e conveniados à Sesai. Com a extinção do órgão, os manifestantes afirmam que isso acarretaria na municipalização dos serviços de saúde à comunidades. Conveniados e servidores reclamam de atrasos de salários desde o início da atual gestão de Mandetta.

Antes da criação da secretaria, em 2010, a saúde indígena era de responsabilidade das prefeituras. Em Roraima, mais de 79 mil indígenas são atendidos pelos dois Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) da Sesai.

Principais líderes indígenas de Roraima discursaram na Tribuna Popular em frente à ALE se mostrando contrários à municipalização da saúde indígenas, entre eles, Davi Kopenawa, líder indígena ianomâmi.

Por conta do protesto, parte do trânsito no Centro Cívico precisou ser reorganizado e a via então foi bloqueada pela Guarda Civil Municipal (GCM).

Ontem (26) o Ministério da Saúde afirmou que ainda estão sendo objeto de análise, e que não está prevista uma descontinuidade de ações da secretaria.

“O Ministério tem se pautado pela garantia da continuidade das ações básicas de saúde, a melhoria dos processos de trabalho para aprimorar o atendimento diferenciado à população indígena, sempre considerando as complexidades culturais e epidemiológicas, a organização territorial e social, bem como as práticas tradicionais e medicinais alternativas a medicina ocidental”, concluiu.

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