Isso não é normal

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13 Comentários

  • Maria Célia
    Concordo,em parte com a proposta de mostrar a realidade sem entremeios,tal qual ela seja! Entretanto, penso que há que se ter bom senso ao divulgar todas as notícias que mostram o retrato da nossa falta de segurança, pois as coisas estão tão difíceis que a realidade da segurança pública está muito aquém dos milhões que são arrecadados em impostos
  • Bruno
    Eles só podem tratar bandido como suspeito O cara só é bandido depois de condenado pela justiça Quanto a polícia, nós sabemos que tem os dois lados. Existe um grupo de policiais que agem com truculência e atiram de qualquer maneira mesmo, recebem dinheiro do trafico, não fazem o trabalho como deveria ser feito!! A imprensa é um lixo, mas com a pressão deles as coisas podem começar a mudar. O governo tem que ser pressionado a agir.
  • Ricardo
    A guerra também é recurso humano. Por que não fazem uma reportagem sobre a falta de reposição do efetivo da polícia civil e polícia militar? 500 policias civis e 4000 militares prontos pra reforçar a segurança nesta guerra e não convocam. Concurso de Oficial de Cartório Policial 2013
  • Erica de Lima Moura
    Parte do q acontece no Rio é culpa dessa imprensa ao qual vcs fazem parte, que culpa o policial por todas as desgraças do mundo. A matéria acima é só prova disso, noticiam o estado de guerra e chama o policial de truculento. Deveriam se sentir culpados por parte da guerra q temos hj, afinal são vcs q amarram diariamente pés e mãos dos policiais do Rio! #hipócritasnãopassarão
  • Daniel Venerando
    Eu acho que a imprensa de um modo geral tem que macificar e exigir do governo a convocação dos 4 mil aprovados no CFSD 14 e aí sim começaremos talvez numericamente falando bater de frente!!!

Isso não é normal

Extra
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A partir de hoje, o leitor do EXTRA passará a encontrar, em nossas páginas do jornal impresso e no site, uma expressão que, até então, nossos jornalistas evitavam: guerra do Rio. Não se trata de uma simples mudança na forma de escrever, mas, principalmente, no jeito de olhar, interpretar e contar o que está acontecendo ao nosso redor.

O EXTRA continuará a noticiar os crimes que ocorrem em qualquer metrópole do mundo: homicídios, latrocínios, crimes sexuais... Mas tudo aquilo que foge ao padrão da normalidade civilizatória, e que só vemos no Rio, estará nas páginas da editoria de guerra. Um feto baleado na barriga da mãe não é só um caso de polícia. É sintoma de que algo muito grave ocorre na sociedade. A utilização de fuzis num assalto a uma farmácia não pode ser registrada como uma ocorrência banal. A morte de uma criança dentro da escola ou a execução de um policial são notícias que não cabem mais nas páginas que tratam de crimes do dia a dia.

A criação da editoria de guerra foi a forma que encontramos de berrar: isso não normal! É a opção que temos para não deixar nosso olhar jornalístico acomodado diante da barbárie.

Temos consciência de que o discurso de guerra, quando desvirtuado, serve para encobrir a truculência da polícia que atira primeiro e pergunta depois. Mas defendemos a guerra baseada na inteligência, no combate à corrupção policial, e que tenha como alvo não a população civil, mas o poder econômico das máfias e de todas as suas articulações.

Sabemos que não há solução fácil nem mágica para o problema. Guerra pressupõe vitórias, derrotas, avanços, recuos, acertos e erros. É preciso paciência e consciência de que nada será resolvido a curto prazo. Mas temos a esperança de perder, um dia, o título de ser o único diário do planeta a ter uma editoria de guerra num país que se recusa a reconhecer que está em guerra.