Economia

TERçA, 29/08/2017, 17:38

Energia eólica avança e Brasil já é o nono país mais avançado do mundo no setor

A energia eólica alcançou a marca de 12 gigawatts e, hoje, o Brasil já é o nono maior país do mundo em capacidade de geração. Especialistas dizem que o setor já é competitivo, mas alertam que avanços estão concentrados em usinas geradoras. Isso porque o mercado de microgeração ainda sofre com o alto custo de instalação e manutenção.

  • DURAÇÃO: 00:02:59

  • Copie o código abaixo para usar no seu site:

    Código copiado!

Ventos do Brasil fazem do país um produtor potencial de energia eólica (Crédito: Pixabay)

Ventos do Brasil fazem do país um produtor potencial de energia eólica

Crédito: Pixabay

Por Pedro Henriques (pedro.henriques@cbn.com.br)

O Brasil alcançou a marca de 12 gigawatts de capacidade instalada de geração de energia eólica. A informação foi divulgada hoje durante o evento Brazil Windpower, que acontece no Rio. Isso significa que já passamos do décimo pro nono lugar no ranking mundial de países que investem nesse setor.

Atualmente, o Brasil tem 453 parques eólicos em operação e a energia gerada por eles seria capaz de abastecer, por exemplo, toda a cidade de São Paulo. Mas a presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, Élbia Gannoum, lembra que há projetos pra mais 20 gigawatts prontos pra ir a leilão, dependendo apenas do fim da crise econômica.

'Temos mais ou menos 20 gigawatts de eólica em projetos prontos para ir a leilão e entrar em operação. Esses projetos só não estão entrando porque não tem necessidade de contratação, não tem demanda. Você tem o produto, mas o mercado não está procurando o produto. A partir do momento que a economia brasileira voltar a crescer e aumentar a necessidade de energia, os projetos serão contratados e os investimentos vão acontecer.'

Por outro lado, quase toda essa carga energética é gerada pelas usinas eólicas, já que há, hoje, no Brasil, cerca de 50 pontos de microgeração, que são equipamentos instalados em residências e empresas pra gerar a própria energia, sem depender de distribuidoras. O dado é da Aneel. E o que impede o crescimento desse mercado é o custo.

As Indútrias Becker, que ficam no Rio Grande do Norte, por exemplo, gastaram R$ 260 mil em 2012 pra instalar um sistema que só terminará de se pagar em 2020. Os custos de manutenção chegam a R$ 8 mil por ano. O gerente operacional da companhia, Leonardo Botelho, diz que não se arrepende, mas também não voltaria a colocar novos aerogeradores.

'O investimento que foi feito está dentro do previsto. E a gente estima que realmente, em oito anos, pagaremos o investimento. Mas se for para fazer um novo investimento, devido ao custo, sugerimos que seja feito em energia solar.'

Hoje, a energia eólica é responsável por 7% da matriz energética brasileira. E pro diretor do Centro Brasileiro de Infraestrututra, Adriano Pires, o setor já é competitivo e não precisa mais de 'favores' públicos. Por outro lado, ele diz que o Brasil precisa de mais segurança energética através da diversificação da matriz, além de encurtar a distância entre usinas geradoras e os consumidores.

'Por exemplo, não faz sentido eu fazer um parque eólico no Nordeste para levar energia para São Paulo. Talvez faça mais sentido, se São Paulo quiser fonte limpa, pode gerar com biomassa. Com essa dependência excessiva de clima, enquanto não vem grandes transformações tecnológicas, como baterias para armazenar energia de eólica e solar, a gente está com uma segurança energética perigosa.'

Até o fim do ano, o governo federal deve lançar dois leilões de energia em que as usinas eólicas poderão competir, ao lado de outras fontes como solar, biomassa, gás natural e carvão.

MATÉRIAS RELACIONADAS

COMENTÁRIOS

Aviso

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole o termo de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.