Por Fellype Alberto, G1 Zona da Mata


Estudantes realizam publicações com relatos nas redes sociais — Foto: Reprodução/Facebook

Representantes de movimentos estudantis estão engajados em uma campanha pela saúde integral de estudantes e servidores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), especialmente nas doenças que atingem a saúde mental.

O movimento “Não é normal UFV” teve início nas redes sociais e segue com atividades presenciais desde a útima quinta-feira (11). A UFV informou que, a partir da legitimidade das manifestações estudantis, está aberta ao diálogo e que a Ouvidoria da instituição é o canal para que as denúncias sejam formalizadas e devidamente apuradas, sendo resguardado o sigilo.

Segundo uma das organizadoras do movimento, Bruna Matos, o objetivo principal das atividades é promover um debate sobre questões e posturas tomadas pela universidade, que de alguma forma prejudicam o desempenho e a saúde dos estudantes.

“Em tempos como agora, de crise, desemprego, sucateamento da educação e saúde e retirada de direitos, o adoecimento mental aumenta bastante. Os estudantes estão entre os segmentos mais afetados e, percebendo que é um debate que não tem sido feito enquanto comunidade, a motivação foi de fazer denúncias e elaborar apontamentos para avançar na solução do desafio”, informou.

Edifício Arthur Bernardes, no campus da UFV — Foto: Coletivo Olho de Peixe/Divulgação

Através da hashtag #NãoÉNormalUFV, centenas de estudantes estão relatando nas redes sociais diversas situações vividas ou presenciadas por eles na instituição, que causam desconforto e podem ser consideradas como abusos, das mais diferentes formas. O movimento cobra mais discussão sobre estas questões com a UFV.

“As universidades, principalmente as mais tradicionais como a UFV, abafam muito os casos de violência, abuso e coisas do tipo. Além disso, os poucos mecanismos institucionais que recebem denúncias se mostram um tanto despreparados e com grande desconfiança entre a comunidade. Nesse sentido criamos a tag para denunciar e dar publicidade ao que tem ocorrido de forma coletiva, criando uma rede de motivação”, explicou Matos.

Na última semana, um grupo de alunos de diversos cursos da UFV se reuniu para debaterem sobre os casos já publicados na internet e também sobre outras situações. “Queremos uma universidade a serviço do povo e nesse sentido não cabem abusos, violência e desestruturação. São necessárias respostas aos problemas dos estudantes, e que sejam construídas de forma coletiva”, completou a estudante.

Ela disse ainda que o movimento conta com a adesão de alunos de outras universidades, que relatam situações semelhantes nas instituições de ensino que estudam. Segundo ela, é importante que a campanha esteja inspirando também, para que outros movimentos sejam realizados em universidades pelo país.

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