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Por Cris Perroni

Nutricionista formada pela UFRJ, pós-graduada em obesidade e emagrecimento, com especialização em nutrição clínica e em nutrição esportiva

Rio de Janeiro


Toda vez que mudamos nosso estilo de vida precisamos rever a nossa dieta. A alimentação não previne a Covid-19 nem qualquer outra virose, mas deixa seu sistema imunológico em alta, gera prazer, fornece energia e promove saúde. Você pode organizar sua alimentação nesse período de quarentena por causa do coronavírus para minimizar os prejuízos.

Pequenos produtores, mercados e hortifruti estão fazendo entrega de frutas, verduras e legumes. Algumas podem demorar, então é importante planejar — Foto: Istock Getty Images

Nessa fase de isolamento, precisamos manter a saúde física e mental. Estaremos menos ativos, inseguros e mais ansiosos, cenário perfeito para comer e utilizar mais bebida alcoólica. Alimentos substituem faltas, nossos “merecimentos”. Atletas reduzirão treinos, muitos estavam treinando para provas: meio Iron, Iron Man, travessias, maratonas... Grande chance de a matemática dar errado, ganhar peso, gordura corporal e piorar a saúde, por exemplo, descompensando a glicemia e a pressão arterial.

Com o inicio do isolamento social e a possibilidade de quarentena, as pessoas fizeram estoque de alimentos não perecíveis. Além do nosso arroz, feijão e farinhas, havia muito alimentos congelados nos carrinhos de supermercado, alimentos que possuem validade extensa e fácil preparo: nuggets, lasanhas, salgadinhos. Alimentos de alta densidade energética e má qualidade nutricional, ricos em sódio, conservantes, realçadores de sabor, corantes.

Frutas, verduras e legumes são perecíveis. Têm validade curta, precisam ser higienizados, dão trabalho. Mas são estes alimentos as maiores fontes de vitaminas, minerais, fitoquímicos e fibras, nutrientes fundamentais para saúde e estímulo do sistema imunológico. Possuem menor densidade energética. Devem ser utilizados mínimo de cinco porções diárias.

Algumas orientações da Nutri para minimizar os prejuízos e as perdas:

  1. Planejamento, Organização, Flexibilidade e Negociação. Sem rigidez e cobranças, mas precisamos estar bem quando voltarmos a nossa rotina normal. Vai passar;
  2. Não perca a noção dos dias da semana. Monte uma agenda, uma rotina para ser produtivo, menos ocioso e ansioso. Criar preparações especiais para o final de semana;
  3. Cozinhe mais. Existem várias receitas na internet com ingredientes simples e de fácil preparo. Quanto mais natural a alimentação, melhor para saúde, e você irá economizar pedindo menos comida em restaurantes/aplicativos.
  4. Faremos todas as refeições em casa, geladeira e alimentos mais disponíveis. Limite porções. Evite colocar as travessas na mesa, monte sua entradinha de salada e o prato principal. Maior oferta de alimentos, bate papo, acabamos repetindo as preparações. Comemos mais do que precisamos;
  5. Evite beliscar. Mantenha refeições regulares. Fique atento à hidratação (40 ml água/ kg peso);
  6. Preparações que associam proteína e carboidratos, cereais integrais e enriquecidas com hortaliças geram mais saciedade e menor pico glicêmico;
  7. Pequenos produtores, mercados e hortifruti fazem entrega de frutas, verduras e legumes, organize seu abastecimento;
  8. Lave o alimentos em água corrente;
  9. O que você comer cru ou com casca, deixe 20 minutos de molho em água com solução de hipoclorito. Coloque uma colher sopa de água sanitária para um litro de água ou utilize produtos específicos para higienização (Clorin, hidrosteril...);
  10. Aproveite o tempo para treinar em casa de forma adaptada, cozinhar mais, fazer cursos online , ler, experimentar meditação e yoga, usar a criatividade para rever seus processos de trabalho e se comunicar com os familiares e amigos;
  11. Quando este período acabar, precisamos estar bem para retomar a vida. Sua vida não pode parar.

* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.