Por Jornal da EPTV 1ª Edição


'Sob Controle': 2º episódio trata de benefícios e lado negativo de vício em games

'Sob Controle': 2º episódio trata de benefícios e lado negativo de vício em games

Durante as férias escolares em Campinas (SP), Valentín da Costa, de 13 anos, chegou a ficar mais de 12 horas seguidas jogando videogame. Tanto tempo em frente à televisão causou uma atrofia na retina ocular do menino. Casos assim motivaram a pedagoga da Unicamp Ana Lúcia Meneghel a estudar no mestrado os impactos do uso de aparelhos eletrônicos de tela no desenvolvimento das crianças.

Em pesquisa com 21 com crianças de 7 a 12 anos, Ana Lúcia descobriu que o período de uso desses dispositivos era superior ao recomendado. Como consequência direta, a maioria apresentou um atraso no progresso do raciocínio e também na evolução motora.

"Para nossa surpresa, as crianças ficavam mais de três horas em frente às telas [...]. Nós fizemos provas para detectar os níveis de pensamento e todas estavam atrasadas", afirmou a pesquisadora.

Os prós e os contras do videogame foram abordados no segundo capítulo da série "Sob Controle", da EPTV, afiliada da Rede Globo. [Veja a reportagem completa no vídeo, acima]

Adolescente de Campinas chega a passar 12 horas por dia no videogame — Foto: Reprodução / EPTV

'Criança precisa da noção do mundo real'

Para Ana Lúcia, as crianças perdem a noção do 'mundo real' quando passam tanto tempo no videogame. A falta no hábito de brincar ao ar livre, longe dos aparelhos, também implica em outras dificuldades.

"Essas crianças não brincam mais, não tem mais ação sobre objeto. E o mesmo acontece com a noção de espaço. Para ter essa noção é preciso brincar, é preciso estar em um parque, precisa interagir entre pares. A criança precisa da noção do mundo real", explicou a pedagoga.

Papel da escola e dos pais

A pesquisadora defende o uso dos eletrônicos para finalidades educativas, mas com moderação. Ela também explica que os pais devem impor limites e cuidar do desenvolvimento das crianças.

"Eu não estou dizendo: 'ah, vamos acabar com video game'. Não é isso. Precisamos dosar. A orientação é para que pais e a escola trabalhem juntos para trazer os benefícios. E que os pais coloquem limites, porque eles são a autoridade", defende Ana Lúcia.

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