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Estátua de líder confederado vira centro do caos em Charlottesville

Figura do general Robert Lee é associada a passado escravocrata e supremacismo

Policiais cercam área com estátua do general Robert Lee, em Charlottesville
Foto: CHIP SOMODEVILLA / AFP
Policiais cercam área com estátua do general Robert Lee, em Charlottesville Foto: CHIP SOMODEVILLA / AFP

CHARLOTTESVILLE, EUA - Esta não é a primeira vez que a estátua do general Robert Lee, o derrotado líder dos confederados — que lutaram para manter a escravidão nos EUA no século XIX— causa polêmica em Charlottesville.

A imagem de Lee montado em seu cavalo, tão verde quanto ele devido à oxidação, é alvo de pedidos de remoção por parte de autoridades e moradores da cidade já há alguns anos. Mas enfrenta a oposição nas ruas e na Justiça de grupos supremacistas brancos e ultranacionalistas.

Concluída em 1924 pelo artista italiano Leo Lentelli, a estátua mostra um Lee bem maior do que em vida. E tem provocado polêmica maior ainda. Em 2012, uma conselheira municipal chegou a ser ameaçada, após sugerir que a cidade fizesse uma revisão de seus monumentos em homenagens a líderes confederados — a estátua de Lee sendo um dos principais deles.

Em 2015, quando esquentou a discussão sobre a remoção de bandeiras e monumentos dos confederados nos estados do Sul, por serem usados como símbolos de supremacistas brancos, aqueles que defendiam a medida foram acusados de quererem apagar a História.

No ano passado, a prefeitura de Charlottesville criou uma comissão para avaliar a remoção da estátua. O resultado foi um relatório no qual recomendou que fosse “realocada” ou recebesse o acréscimo de “informação histórica acurada”. Em fevereiro, a Câmara Municipal aprovou a remoção da estátua do parque então homônimo do general. Mas a escultura ficou onde estava. Em junho, foi o parque que mudou de nome e passou se chamar Parque da Emancipação. Mas ninguém tirou a escultura do lugar.

Os ultranacionalistas querem que o parque volte a homenagear o derrotado general e que sua estátua fique por lá.

Flores foram depositadas no local onde Heather Heyer, de 32 anos, morreu quando um carro foi lançado sobre os ativistas que protestavam contra a marcha dos supremacistas brancos e nazistas em Charlottesville, na Virginia. Houve tumulto durante a entrevista de Jason Kessler, um dos organizadores da
Flores foram depositadas no local onde Heather Heyer, de 32 anos, morreu quando um carro foi lançado sobre os ativistas que protestavam contra a marcha dos supremacistas brancos e nazistas em Charlottesville, na Virginia. Houve tumulto durante a entrevista de Jason Kessler, um dos organizadores da "Marcha da Direita Unida".