• Marcos Mion
Atualizado em
Marcos Mion com o primogênito Romeo, em 2005. Na época, o pequeno tinha só 5 meses (Foto: Reprodução/Instagram)

Marcos Mion com o primogênito Romeo, em 2005. Na época, o pequeno tinha só 5 meses (Foto: Reprodução/Instagram)

Hoje, fala-se muito em inclusão, o que é uma enorme vitória. Só o fato dessa palavra ter ganhado mais evidência é um grande passo rumo ao que considero o verdadeiro resultado que uma escola deve proporcionar a seus alunos: a formação de seres humanos admiráveis.

Porém, o assunto é abordado pela ótica das crianças que não fazem parte de nenhum espectro e não possuem nenhuma síndrome ou deficiência. Reparem que não escrevi a palavra “normal”. E abro aqui um parêntese, convidando todos a eliminarem essa palavra do vocabulário. Ela vem impregnada de preconceito e ignorância. Afinal, a normalidade depende dos olhos de quem está com a palavra. Alguém que nasceu, por exemplo, com síndrome de Down, não é normal? Normal para quem? Para essa pessoa e para quem convive com ela, é perfeitamente normal.

+ A inclusão de crianças com deficiência no Brasil

Outro dia, recebi uma criança na minha casa e ela se referiu a Romeo como uma criança que “nasceu errado”, sem maldade alguma, até com certa ternura. Sentei com o menino e expliquei que não existem crianças que “nascem errado” e que todas elas têm suas características maravilhosas, assim como ele, e que, do ponto de vista delas, ele é que era diferente. Não surtiu muito efeito na hora, mas sei que provavelmente isso aconteceu porque ele nunca conviveu com uma criança especial.

Assim, volto para o tema: inclusão. Quem são os grandes beneficiados? Falo por experiência própria que são as crianças, que têm a honra e o privilégio da convivência com esses colegas. Uma escola não deveria achar que está fazendo um favor para uma criança especial ao incluí-la, e sim saber que está fazendo um bem enorme para os alunos regulares – e também para os professores! Na real, é para todos.

+ Marca cria bonecas para incentivar a inclusão

Aprender, na prática, a ser uma pessoa mais tolerante, um ser humano amoroso, compreensivo, sem preconceitos e ter aptidão para aceitar as diferenças é mais importante do que muito do conteúdo ultrapassado que as crianças são obrigadas a engolir e a decorar.

Todo final de ano, Romeo recebe cartas de todos os colegas, aqueles considerados “normais”, expressando sentimentos aos quais essas crianças nunca teriam acesso se não tivessem convivido com ele! São cartas lindas, emocionantes, transbordando de amor, respeito, carinho e gratidão por tudo que puderam aprender e evoluir por estarem ao lado do meu filho.

Sempre ouvimos palavras ainda mais emotivas e gratas da parte dos pais. Enquanto seus filhos davam amizade e sociabilidade para Romeo, recebiam de volta algo que escola nenhuma ensina e que torna seus filhos crianças mais admiráveis, em rota para serem adultos nota 10 em matérias da vida, como cidadania, respeito e contribuição para a sociedade.

A inclusão é necessária para todas as partes.

linha (Foto: .)
Marcos Mion (Foto: Reprodução Instagram)

(Foto: Reprodução Instagram)

Marcos Mion é apresentador de TV, ator, fisiculturista e empresário, casado com Suzana Gullo e pai de Romeo, 12 anos, Doninha, 9, e Tefo, 7.

linha (Foto: .)
Rodapé Instagram OK (Foto: Crescer/ Editora Globo)