O economista-chefe do banco Itaú, Mario Mesquita, disse nesta terça-feira (23) que a diluição da reforma da Previdência deve ficar entre 25% e 50% em relação ao projeto inicial do governo, que prevê uma economia de R$ 1,1 trilhão em até 10 anos.

Economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, em imagem de arquivo — Foto: Fabio Tito - G1

No cenário traçado pelo banco, apesar da desidratação, a proposta caminha para ser aprovada na Câmara dos Deputados no terceiro trimestre e, em seguida, deve ser receber o aval do Senado até o fim do ano.

“O que gera economia fiscal na reforma é a adoção de uma idade mínima e a regra de transição”, afirmou Mesquita. “Se no processo de negociação, o Congresso muda a idade mínima, a regra de transição, são contas que vamos fazer, imaginando o que pode vir a acontecer na medida em que o projeto comece a ser discutido na comissão especial.”

Nesta terça-feira, o relator da proposta de reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), confirmou que irá modificar quatro trechos do parecer que recomenda a admissibilidade do texto enviado ao Congresso Nacional.

A reforma da Previdência tem sido apontada por analistas como um passo importante para que os investidores retomem a confiança na solvência das contas públicas do país e, dessa forma, voltem a investir, impulsionando o crescimento econômico.

Recentemente, o banco Itaú reduziu a previsão de crescimento da economia de 2% para 1,3% para 2019. A projeção para 2020 é de alta de 2,5%, também inferior ao 2,7% projetado antes.

“Com a reforma, pode haver um aumento da confiança e, por isso, esperamos um crescimento de 2,5% para o ano que vem”, disse o economista. “Em 2019, ainda há muita incerteza, muito ruído sobre a aprovação.”

Se a projeção do Itaú se confirmar, a economia brasileira vai colher em 2019 mais um ano de fraco crescimento. Em 2017 e 2018, o PIB do país avançou apenas 1,1%.

A piora na projeção para este ano, segundo Mesquita, se dá por uma série de fatores. Há uma combinação do fraco nível de atividade econômica que já vem desde ano passado, desaceleração da economia mundial e resultado mais fraco do setor agronegócio.

“A economia perdeu um certo impulso no fim do ano passado e manteve esse crescimento mais fraco no início deste ano. O ponto de partida mais fraco contribui para gente projetar um crescimento que não diferente do ano passado”, disse o economista.

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