Mundo

Charlottesville: campanha levanta US$ 100 mil para família de vítima

‘Ela morreu fazendo o que é certo’, disse a mãe de Heather Heyer

Heather Heyer foi atropelada enquanto marchava contra grupos racistas e neonazistas
Foto: GoFundMe
Heather Heyer foi atropelada enquanto marchava contra grupos racistas e neonazistas Foto: GoFundMe

WASHINGTON — A polícia divulgou neste domingo a

identidade da vítima fatal do atropelamento de Charlottesville, em Virgínia, durante um ato contrário a uma marcha de grupos racistas e neonazistas. A consultora jurídica Heather Heyer, de 32 anos, moradora local, não resistiu aos ferimentos sofridos após ser atingida propositalmente por um carro, enquanto lutava pelo que acreditava: denunciar as injustiças, o racismo e o ódio.

Logo após a divulgação da identidade da vítima, Felicia Venita Correa, amiga de Heather, criou uma campanha para arrecadar fundos para a família de Heather, e um protesto marcado para a noite deste domingo, pedindo que os participantes acendam uma vela em homenagem à Heather. Em poucas horas, a campanha de financiamento coletivo superou os US$ 100 mil.

“Ela morreu fazendo o que é certo”, disse a mãe da jovem, para a página da campanha. “Meu coração está despedaçado, mas eu terei orgulho dela para sempre”.

Segundo o perfil no LinkedIn, Heather trabalhava como consultora jurídica no grupo Miller Law, em Virgínia. Natural do condado Greene, ela se formou na William Monroe High School, em Stanardsville. Pelas informações publicadas no Facebook, ela era alinhada ao Partido Democrata, e nas eleições presidenciais demonstrou apoio a Bernie Sanders, que perdeu a disputa interna pela candidatura para Hillary Clinton. Ela se identificava ainda como ativista pelos direitos civis.

Em entrevista ao Huffington Post, uma vizinha de Heather, que preferiu não se identificar, afirmou que ela era bastante conhecida na vizinhança. Na porta do prédio onde a jovem vivia, uma placa dá boas vindas aos visitantes, dizendo: “Nós amamos nossos vizinhos que são imigrantes, LGBT, negros, com deficiência, muçulmanos, mulheres e sobreviventes de abusos sexuais. Nós amamos e respeitamos nossos vizinhos”.

— Tudo o que eu posso dizer é que ela vivia a vida como seu caminho, e era por justiça — afirmou a vizinha.