• Ana Laura Stachewski
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O governador de São Paulo, João Doria (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O governador de São Paulo, João Doria, (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou a prorrogação da quarentena no estado até o dia 10 de maio. Este é o segundo adiamento do fim do período, em vigor desde 24 de março como forma de frear o avanço do coronavírus

A medida mantém a proibição do funcionamento do comércio considerado não essencial. Serviços de saúde pública e privada, alimentação, abastecimento, segurança e limpeza podem seguir funcionando.

A prorrogação foi anunciada em coletiva realizada nesta sexta-feira (17/04). Segundo Doria, a decisão se baseia nas recomendações médicas sobre a importância do isolamento para a contenção do vírus. "Para reabrir o comércio e os serviços, precisamos controlar melhor a contaminação e ter o sistema público de saúde em condições de atendimento", diz.

O governador ressaltou que o índice de isolamento a capital e no interior paulista caiu para 49%. Ao reafirmar a importância do respeito à medida, afirmou que os impactos econômicos da quarentena serão mitigados mais tarde. Doria citou o crescimento de 2,8% do PIB do estado em 2019 e a geração de 341 mil novos empregos no ano. "A mesma equipe, o mesmo esforço e o mesmo trabalho que fizemos em 2019, faremos ao término desta pandemia."

Unanimidade
David Uip, coordenador do comitê de saúde do estado de São Paulo e do centro de contingência da covid-19, afirmou que a manutenção do isolamento social foi indicada pela equipe de especialistas do comitê. Segundo ele, a decisão foi tomada após análise de dados do estado e foi unanimidade entre todos os membros. "Não houve uma declaração menos intensa do que essa que passamos para o senhor [governador]", disse.

O coordenador também mencionou o questionamento de algumas pessoas acerca das estimativas do pico de casos. "As pessoas dizem que falamos que o pico seria em abril e agora falamos que será em maio. Isto é uma boa notícia. Reflete que as medidas tomadas foram efetivas. Desde o início, falamos que o objetivo era achatar a curva e tentar evitar um pico muito grande. E estamos conseguindo", disse.

Capital
O prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas, participou da coletiva e ressaltou o apoio da prefeitura à prorrogação. Ele pediu que os moradores da cidade respeitem a medida e não viajem no feriado do dia 21 de abril. "É muito importante diminuir ainda mais a circulação de pessoas na cidade. O vírus está se espalhando e já temos vítimas em todos os bairros e regiões da cidade", disse.

Como medida complementar, o prefeito já havia indicado, nesta quarta-feira (15), novos horários de funcionamento e troca de turnos nas indústrias, comércios e prestadoras de serviços que continuam funcionando. Segundo a determinação, o objetivo é reduzir "aglomerações de pessoas nas vias e logradouros públicos, em especial nos terminais e pontos de transporte urbano de passageiros nos horários de maior demanda".

Máscaras obrigatórias
Em cidades de todo o país, as medidas para frear o avanço do coronavírus incluíram decretos sobre o uso de máscaras de proteção. Enquanto algumas localidades apenas recomendam, ao menos 40 gestões municipais publicaram decretos que obrigam parte ou toda a população a utilizar máscaras. Algumas preveem multas, sanções administrativas e até a cassação de alvarás em casos de descumprimento.

Nesta quinta-feira (16), foi a vez da cidade de São Paulo anunciar uma medida do gênero. A prefeitura publicou um decreto que recomenda o uso de máscaras de proteção facial por toda a população da cidade durante a pandemia. O texto descreve o uso como um "meio complementar de prevenção" que deve ser adotado "sem prejuízo de todas as recomendações profiláticas e de isolamento social".