07/10/2016 18h32 - Atualizado em 07/10/2016 18h32

Oito marcas de café estão impróprias para consumo no Centro-Oeste de MG

Análise foi feita pelo Procon e aponta impurezas, larvas e parasitas.
Marcas foram notificadas; G1 aguarda posição de sete empresas.

Do G1 Centro-Oeste de Minas

Café Divinópolis (Foto: Luiz Resende/Arquivo Pessoal)Marcas de café da regional de Divinópolis foram consideradas impróprias (Foto: Luiz Resende/Arquivo Pessoal)

Oito marcas de café vendidas na região Centro-Oeste de MG pertencentes à regional de Divinópolis foram consideradas impróprias para o consumo, de acordo com um levantamento divulgado pelo Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor de Minas Gerais (Procon-MG) no último mês. Após a análise, foi observado que nessas marcas há adulterações por adição de milho, impurezas, sedimentos, sujeiras, larvas e até parasitas. O G1 tentou contato com as oito marcas e apenas uma delas se manifestou por nota. A reportagem aguarda os demais posicionamentos.

A principal irregularidade, segundo o Procon foi a presença de impurezas como cascas, paus e outros elementos decorrentes do manejo do café em lavouras. O estudo feito entre 2014 e 2015 aponta que das 241 amostras analisadas em Minas Gerais, 30,7%, que corresponde a  74 marcas são impróprias para o consumo em todo estado.

De acordo com a apuração, 4,2% do café registraram alto índice de ocratoxina A, substância tóxica e cancerígena. O levantamento também apontou que 2,1% das amostras tinham milho. Em alguns casos, 6,04% do peso total do produto correspondiam a elementos estranhos ao café.

As marcas que apresentaram irregularidades estão sendo processadas administrativamente pelo Procon e o objetivo é retirar os lotes impróprios do mercado. Os processos tramitam nas Promotorias de Defesa do Consumidor.

Posicionamento das empresas
Café Camacho:  A empresa não tendeu as ligações.

Puro Sabor: A empresa não atendeu as ligações

Café União: A empresa não atendeu as ligações.

Café 262: O G1 não conseguiu contato com a empresa.

Bedê: O G1 não conseguiu contato com a empresa.

Piloão de Minas: O G1 não conseguiu contato com a empresa.

Uno: O G1 não conseguiu contato com a empresa.

Bom Despacho: A empresa Café Bom Despacho informou por nota que tomou conhecimento da análise, mas como foram coletas em 2014 e 2015 não tem mais amostras dessas mercadorias em seus depósitos. Devido ao variado número de fornecedores de matéria prima, (produtores rurais), pode ter vindo alguma remessa de café com resíduos de lavoura que foram constatados na análise. A empresa Café Bom Despacho diosse ainda que aumentou a vigilância no recebimento das remessas. "Considerando que estamos há 50 anos no mercado passamos por várias análises e nunca foi detectada impurezas. Acreditamos que a situação se ocorreu devido a algum lote. Contamos com a compreensão dos nossos clientes e agradecemos o G1 pela oportunidade de nos retratar", informou um trecho da nota.

Análise
O monitoramento do café produzido em Minas Gerais concluiu que, das 241 amostras analisadas, 30,7% são impróprias para o consumo.

A principal irregularidade encontrada foi a presença de impurezas – cascas, paus e outros elementos provenientes da cultura do café. Das amostras analisadas, 27,8% foram consideradas impróprias para o consumo na avaliação desse item.

O cenário se mostrou agravado nos resultados das análises da Ocratoxina A. Segundo o monitoramento, das 212 amostras avaliadas nesse quesito, 4,2% foram classificadas como impróprias para o consumo por conterem elevado índice da substância.

Além da Ocratoxina A e das impurezas, foram encontrados elementos estranhos à cultura do café – como o milho – em 2,1% das amostras avaliadas. De acordo com o levantamento, em alguns casos, os elementos estranhos atingiram 6,04% do peso total do produto. A adição de milho no café, em qualquer quantidade, é considerada adulteração.

O estudo completo e as marcas reprovadas estão disponíveis aqui.

 

tópicos: