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Por Marcos Dantas — Manaus, AM

Alex Pazuello/ManausCult

Um rombo que não tem fim, e só piora. A Arena da Amazônia, estádio de Manaus que recebeu jogos da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada 2016, chegou a 2019 com o custo de R$ 1 milhão por mês, o maior de sua história.

A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Esporte, Juventude e Lazer (Sejel), que administra o estádio e todas as outras grandes praças esportivas do Amazonas. Além disso, o estádio acumula uma dívida de R$ 3,5 milhões com uma empresa de conservação, contraída em 2017.

Arena da Amazônia — Foto: Portal da Copa

De acordo com a Sejel, o custo real de manutenção mensal da Arena é de R$ 750 mil, mas isso com o estádio em perfeitas condições e com a manutenção em dia, o que, segundo a pasta, não é o caso.

A atual gestão do governo responsabilizou o antigo comando pelo que classificou como “delapidação do patrimônio”, forçando um gasto a mais para recuperação de espaços danificados, ao menos nos primeiros meses. O prejuízo estimado por falta de manutenção ou mau uso dos espaços é de R$ 1,5 milhão.

Nunca na história pagou-se tanto para manter a Arena da Amazônia. Em 2016, o custo de manutenção mensal atingiu seu menor valor, cerca de R$ 550 mil (dados da então gestão da Sejel), e a partir daí o preço para sustentar o estádio só aumentou.

Na nota enviada, a Sejel informou ainda que, em 2018, o valor total arrecadado pela Arena foi de R$ 583 mil, insuficiente para pagar um mês sequer de manutenção. A pasta não divulgou dados como despesa anual, despesa mensal e prejuízo total acumulado no ano.

Até 2017, o rombo total passava dos R$ 20 milhões, contabilizando desde 2014, quando o estádio foi aberto. Ainda segundo a Secretaria, a previsão é de que a arrecadação em 2019 seja três vezes maior, o que ainda não seria suficiente pra deixar a Arena no azul.

Custo de manutenção da Arena da Amazônia chega a R$ 1 milhão

Custo de manutenção da Arena da Amazônia chega a R$ 1 milhão

Privatização fora dos planos

A ideia de privatização da Arena da Amazônia, que chegou a ser cogitada em governos anteriores, mas não andou por falta de acordo sobre valores, está descartada na gestão atual. A Sejel informou que se inspira na administração da Arena das Dunas para firmar parcerias público-privadas e assim conseguir diminuir o custo de manutenção do estádio.

“A Privatização da Arena da Amazônia está fora de cogitação no Governo do Amazonas. No entanto as parcerias público-privada são buscadas para diminuirmos os gastos , com a terceirização da operacionalização, a exemplo do que vem sendo feito na Arena das Dunas, no RN”, diz um trecho da nota enviada ao GE.

Um desses planos de ação está em curso, com a realização de eventos que aproveitam o espaço multiuso da Arena. Segundo a pasta, do primeiro dia do ano até o momento, 30 eventos foram contratados e 10 já foram realizados. Por hora, não há estimativa de quantos eventos ainda podem acontecer até o final do ano.

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