Eleições 2018 em São Paulo

Por Giba Bergamim e Bruna Vieira, TV Globo e G1 SP — São Paulo


João Doria faz campanha na capital paulista

João Doria faz campanha na capital paulista

Em sua segunda agenda de campanha do dia, o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria ouviu de uma associação de delegados críticas a respeito do que chamam de sucateamento da categoria, quando o governo estadual estava sob comando do PSDB, e prometeu que não colocará mais promotores de Justiça à frente da Secretaria da Segurança Pública, o que foi praxe nos últimos anos.

“Eu asseguro a vocês que não teremos um promotor nem uma promotora à frente da secretaria. Reforço, sem nenhuma desqualificação e nenhum diminutivo à promotoria”, disse nesta segunda-feira (10).

Doria também disse que vai contratar policiais que já passaram em concurso e “gradualmente” aumentar a remuneração nas polícias civil e militar”. Também prometeu que irá reformar e equipar as delegacias, buscando apoio da iniciativa privada. Nas viaturas, disse que pretende equipá-las com câmeras e que elas serão semi-blindadas.

“Há 24 anos nós sofremos um sucateamento por parte do governo do estado”, disse o vice-presidente da associação, Abraão Kfouri Filho.

O delegado disse que a categoria precisa ser resgatado e chamou o salário atual do delegado de “aviltante “.

Candidato João Doria pede votos em obra na região do Brás em SP — Foto: Giba Bergamim/TV Globo

“Teremos uma posição firme na segurança pública. Não quero falar de passado”, respondeu Doria. Sobre os aumentos de salário, Doria afirmou que trata-se “de compromisso de governo”.

“Vamos melhor a condição salarial. Faremos de forma cuidadosa, mas faremos”, disse.

Uma das promessas de Doria é criar 16 batalhões especiais da Polícia Militar. Ele disse que pretende fazer o mesmo com a Polícia Civil, criando um Deic (Departamento de Investigações Criminais) nessas mesmas regiões.

Empregos

No início da manhã, o tucano foi pedir votos em uma obra na região do Brás, no Centro de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (10) e prometeu gerar empregos por meio da privatização de serviços públicos e da desburocratização das licenças para empreendimentos.

Em discurso para cerca de 200 operários, ele também prometeu que abrirá mão de seu salário de governador, assim como fazia quando era prefeito de São Paulo e doava para ONGs e instituições.

Doria afirmou que a construção civil perdeu só em São Paulo 16.400 vagas no ano passado e que pretende reverter o número.

“[É possível] facilitando e fazendo as aprovações [de obras] serem mais rápidas. Quanto mais burocracia, mais demorada e mais cara fica a obra e menos rentável ela é, e isso impacta na geração de empregos”, afirmou.

Ele disse que também aposta na privatização ou concessão de serviços públicos. “O programa de desestatização gera investimentos rápidos e efetivos na construção civil, em rodovias, ferrovias e hidrovias e aeroportos. Pega do mais simples trabalhador ao mais qualificado engenheiro”, disse.

Em discurso aos operários da construção, disse que teve infância difícil. “Assim como muitos de vocês”, disse ao falar que o pai dele teve que sair do país quando era deputado durante o regime militar. “Não tinha carne em casa”.

Doria é o candidato ao governo estadual com maior patrimônio. “Conquistei uma boa posição”, disse.

O candidato chegou a rezar com os operários durante sua visita e deu as mãos aos trabalhadores.

No final da tarde, João Doria novamente prometeu gerar empregos em rápida visita ao Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo (Cate), na região central. Ele disse que, se eleito, vai levar o modelo para outras cidades do estado, com Centros de Apoio focados nos setores do agronegócio, serviços, indústria e comércio. Questionado sobre quantas vagas de trabalho pretende gerar em um possível mandato, declarou:

“Não é possível falar sobre meta objetivamente. É possível e devemos falar que temos que gerar mais empregos através de investimento privado em setores produtivos, principalmente na construção civil, e o governo do estado desburocratizando, retirando impostos de maneira gradual e responsável”, disse Doria.

Ataques

O candidato também comentou a estratégia de campanha eleitoral do candidato à reeleição, Márcio Franca (PSB), que nas inserções na TV tem feito críticas ao fato de Doria ter deixado a Prefeitura de São Paulo e em projetos criados pelo ex-prefeito.

“Eles estão batendo há seis meses. Pretendo continuar com propostas e iniciativas, e não destruindo meus adversários”, disse.

Doria dá a mão aos operários durante oração em obra no Centro de SP — Foto: Giba Bergamim/TV Globo

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