• Mariana Fonseca
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Paul Malicki, da Flapper (Foto: Flapper/Divulgação)

Paul Malicki, da Flapper: cerca de 350 aeronaves estão no aplicativo (Foto: Flapper/Divulgação)

O setor de aviação foi um dos mais afetados pela pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Para a startup Flapper, porém, o momento é mais de crescimento adaptado do que de atividades paralisadas.

A startup de aviação executiva viu altas e baixas na demanda pelos seus serviços nos últimos dois meses, marcados pelo alastramento da pandemia no Brasil. Os voos compartilhados e de lazer caíram, mas tanto o transporte aeromédico de grupos fechados quanto o de cargas aumentaram.

A Flapper expandiu suas receitas em 250% em 2019, na comparação com o ano anterior. Para este ano, busca repetir a porcentagem.

Impactos do novo coronavírus
A Flapper foi criada como um aplicativo para reserva de assentos em aviões e jatos executivos em 2016. A startup olha para pedidos de origem e destino dos voos e organiza viagens de táxi aéreo. A Flapper tem cerca de 350 aeronaves à disposição atualmente. Os aviões e jatos são subfretados de companhias de aviação comercial ou de aviação privada e certificados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

A Flapper tem 170 mil usuários cadastrados em seu aplicativo, 10 mil deles pagantes. Em dezembro de 2019, a startup atingiu US$ 300 mil em receita mensal e o ponto de equilíbrio entre receitas e despesas.

No fretamento de grupos fechados, a Flapper já realizou voos do Caribe, Peru e Uruguai para o Brasil. O público é principalmente de brasileiros que tiverem seus voos de volta cancelados por companhias aéreas.

A Flapper precisa coordenar documentos, procedimentos prévios de saúde (como quarentena) e dias de saída com as políticas de cada país. Nos aeroportos, os passageiros também precisam passar por procedimentos de avaliação de saúde e segurança de cada governo.

"Cada voo é uma história diferente. Temos de navegar um mar de possibilidades", diz Paul Malicki, cofundador da Flapper.

As cotações de voos internacionais cresceram 70% no primeiro trimestre deste ano, contra o quarto trimestre de 2019. O tíquete médio aumentou de R$ 45 mil para mais de R$ 70 mil por conta de voos mais longos e agendados de última hora. A maioria das cotações atuais são feitas para o mesmo dia ou para o dia seguinte.

Já na parte de logística de cargas, a Flapper viu um aumento em carregamentos da China e da Coreia do Sul para a América Latina com equipamentos de saúde e máscaras. Segundo Malicki, algumas aéreas estão transformando seus aviões para o transporte de carga diante da falta de passageiros.

Planos da Flapper para 2020
O foco agora está nos voos de grupos fechados e de cargas. Malicki vê em longo prazo uma retomada dos voos compartilhados, surgindo como substituição da aviação comercial. "As pessoas irão preferir viajar em aviões mais particulares."

A startup atua apenas no Brasil, mas está cadastrando frotas em países como Argentina e México. O momento continua sendo do mercado brasileiro, porém. "Buscávamos entrar no resto da América Latina. O Covid-19 atrasou nossos planos."