O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja escolhido novo relator para um dos inquéritos frutos da delação premiada de executivos da Odebrecht dos quais é alvo. O caso está com o ministro Edson Fachin. Maia argumenta que a investigação não tem relação com os fatos apurados na Lava Jato. Segundo os colaboradores, o representante do DEM fluminense recebeu propina em três eleições (2008, 2010 e 2014), num total de quase R$ 1 milhão. O pai do deputado, o ex-prefeito Cesar Maia, também é investigado. Os dois negam irregularidade.
O inquérito está desde o início de julho com a Polícia Federal, encarregada de realizar as diligências necessárias para a elucidação dos fatos. Fachin resolveu esperar que os autos retornem ao Supremo para decidir sobre a redistribuição. Os advogados de Maia tiveram audiência com o ministro nesta segunda-feira (11).
Maia é mais um político a recorrer ao STF para que investigações decorrentes de delações firmadas pela Procuradoria-Geral da República sejam redistribuídas. Às vésperas de ano eleitoral, eles querem evitar o selo "Lava Jato" no currículo. O presidente da Câmara tem dito que o DEM terá candidato à Presidência da República.