Política

Operação da PF mira fraudes em verbas federais para educação em três estados e no DF

Investigação aponta que esquema tenha desviado R$ 1,6 bilhão de merenda escola, uniformes e material didático

SÃO PAULO -  A Polícia Federal faz na manhã desta quarta-feira uma operação para desarticular cinco grupos suspeitos de desviar recursos federais para merenda escolar, uniformes e material didático em cidades de São Paulo, Paraná, Bahia e o Distrito Federal. Batizada de " Prato Feito ", a ação, que tem o apoio da Controladoria Geral da União (CGU), cumpre 154 mandados de busca e apreensão, além do afastamento de agentes públicos e a suspensão de contratos de 29 empresas e seus sócios pelo poder público.

De acordo com a PF, há indícios de que o esquema tenha o envolvimento de 85 pessoas: 13 prefeitos, quatro  ex-prefeitos, um vereador,  27 agentes públicos  e outras 40 pessoas da iniciativa privada. A CGU ao longo das investigações, 65 contratos suspeitos, cujos valores totais ultrapassam R$ 1,6 bilhão.

Um dos alvos é o prefeito Ney Santos (PRB), de Embu das Artes, em São Paulo , acusado de envolvimento com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).  Na manhã desta quarta, agentes da PF estiveram na casa do político na cidade de Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Todas as medidas foram expedidas, a pedido da PF, pela 1ª Vara Criminal Federal de São Paulo e pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

A operação é resultado de um inquérito policial  instaurado em 2015, após o  Tribunal de Contas da Uniião apontar possíveis fraudes em licitações de fornecimento de merenda escolar em cidades do estado de São Paulo.

Segundo as investigações, os grupos agiram em 30 municípios. Os criminosos procuravam as prefeituras por meio de lobistas para direcionar as licitações de fornecimento de recursos federais para a educação destinados ao fornecimento de merenda escolar, uniformes, material didático e outros serviços.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de fraude a licitações, associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva, com penas que variam de 1 a 12 anos de prisão.