Cultura

Após alarme falso de hospital, RPM desmente morte do baterista Paulo P.A. Pagni

Músico de 61 anos está internado em estado grave com fibrose pulmonar em Salto, São Paulo. Músico do grupo diz ter recebido confirmação do falecimento por parte de clínica e de médico
O grupo RPM, em 2019. P.A. é o segundo à direita Foto: Divulgação
O grupo RPM, em 2019. P.A. é o segundo à direita Foto: Divulgação

RIO - Os fãs do RPM leveram um susto neste domingo quando o guitarrista Fernando Deluqui anunciou em rede social que o baterista do grupo, Paulo P.A. Pagni havia falecido. Quando a notícia já tinha sido publicada em muitos órgãos de imprensa, Deluqui publicou um vídeo dizendo que, na verdade, P.A. estava vivo, mas em estado grave.

"Eu estou em Salto, no interior de São Paulo, no Hospital São Camilo, onde o P.A. está internado. O que aconteceu foi que de manhã o pessoal da clínica Good Master, onde ele estava internado, me ligou dizendo que ele havia falecido. Fiquei muito triste e devastado e liguei para o Dr. Alex Muller Coutinho, com quem eu tenho feito acompanhamento do estado do P.A., e ele me confirmou. Imediatamente eu e minha mulher fomos tomar as providências e quando a gente chegou no hospital agora de tarde, a gente teve a notícia de que o P.A. estava vivo", conta o músico no vídeo, acrescentando que os fatos ainda serão apurados.

 

Em mensagem compartilhada mais cedo, Fernando Deluqui escrevera: "Infelizmente temos a tristeza de anunciar o falecimento do nosso querido e eterno baterista, Paulo Antônio Figueiredo Pagni, o P.A. Nosso irmão partiu poucos momentos  atrás, mas seu legado será eternamente lembrado. Pedimos a compreensão de todos nesse momento de dor e boas vibrações para que sua passagem seja em paz e com muita luz. "

A nota era assinada por Fernando com o tecladista Luiz Schiavon e o vocalista e baixista Dioy Pallone ( o cantor original do RPM, Paulo Ricardo, afastou-se da banda e briga na justiça com seus ex-companheiros ). Os três prometeram dar mais informações em breve.

P.A. está internado com fibrose pulmonar, doença respiratória crônica e progressiva caracterizada pela formação de excesso de tecido conectivo nas paredes dos pulmões. Por razões de saúde, ele não vinha participando de alguns dos shows da banda.

Na capa do seu primeiro álbum, “Revoluções por minuto”, de 1985, o RPM aparecia como um trio: Paulo Ricardo (vocais e baixo), Fernando Deluqui (guitarra) e Luiz Schiavon (teclados). Integrado ao grupo durante as gravações do LP (já que o baterista Charles Gavin resolvera ir para os Titãs, àquela altura mais bem-sucedidos que o RPM), Paulo P.A. Pagni não teve tempo de sair na foto, mas viveu todo o processo que os levaria a se tornarem a banda de rock mais bem-sucedida de sua geração.

Com as canções “Olhar 43”, “Revoluções por minuto” e Rádio pirata” estouradas nas rádios, a banda caiu na estrada com um grande show, com direção de Ney Matogrosso, raio laser, teclados eletrônicos de última geração e a sensualidade de Paulo Ricardo. O LP seguinte, “Rádio pirata ao vivo”, lançado em 1986, alçou o RPM a um nível de estrelato poucas vezes visto no Brasil — o disco venderia mais de 2,5 milhões de cópias e levaria o grupo a viver cenas da mais pura beatlemania, com muitas histórias de sexo, drogas e rock’n’roll.

O fim do grupo em 1989 foi apenas o primeiro: ele voltaria outras vezes. Nos intervalos do RPM, P.A. chegou a ter até um grupo com Paulo Ricardo, o PR.5, de curta duração.