Por Deutsche Welle


Na décima posição em ranking de ONG mexicana, Natal é a cidade mais violenta do Brasil — Foto: Emmily Virgílio/Inter TV Cabugi

O Brasil foi o país com o maior número de cidades entre as 50 mais violentas do mundo em 2016, segundo a lista divulgada nesta quinta-feira (07/04) pela ONG mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal. O país possui 19 municípios no ranking.

"Das 50 cidades da lista, 19 estão no Brasil, oito no México, sete na Venezuela, quatro nos Estados Unidos, quatro na Colômbia, três na África do Sul, duas em Honduras, uma em El Salvador, uma na Guatemala e uma na Jamaica", afirmou a ONG.

Na décima posição no ranking, Natal é a cidade mais violenta do país, com 69,56 homicídios por 100 mil habitantes. O município é seguido por Belém* e Aracaju.

A lista inclui ainda Feira de Santana (15º), Vitória da Conquista (16º), Campos dos Goytacazes (19º), Salvador (20º), Maceió (25º), Recife (28º), João Pessoa (29º), São Luís (33º), Fortaleza (35º), Teresina (38º), Cuiabá (39º), Goiânia (42º), Macapá (45º), Manaus (46º), Vitória (47º) e Curitiba (49º).

Com 130,35 homicídios por 100 mil habitantes, Caracas, na Venezuela, aparece no topo do ranking das mais violentas do mundo, seguida por Acapulco, no México, e San Pedro Sula, em Honduras. Segundo a ONG, a repetição da posição da capital venezuelana por dois anos seguidos confirma a crise criminal no país.

Em relação a 2015, duas cidades brasileiras deixaram o ranking no ano passado: Porto Alegre e Campina Grande.

Segundo a ONG, os níveis de violência na América Latina não são uma surpresa e refletem a impunidade. No Brasil, ela atinge 92% dos homicídios, na Venezuela, El Salvador e em Honduras, chega a 95%.

A lista da ONG é baseada no número de homicídios por 100 mil habitantes e analisa municípios com mais de 300 mil habitantes.

  1. Caracas (Venezuela) – 130,35 homicídios/100 mil habitantes
  2. Acapulco (México) – 113,24
  3. San Pedro Sula (Honduras) – 112,09
  4. Distrito Central (Honduras) – 85,09
  5. Victoria (México) – 84,67
  6. Maturín (Venezuela) – 84,21
  7. San Salvador (El Salvador) – 83,39
  8. Ciudad Guayana (Venezuela) – 82,84
  9. Valencia (Venezuela) – 72,02
  10. Natal (Brasil) – 69,56
  11. Belém (Brasil) – 67,41*
  12. Aracaju (Brasil) – 62,76
  13. Cape Town (África do Sul) – 60,77
  14. St. Louis (EUA) – 60,37
  15. Feira de Santana (Brasil) – 60,23
  16. Vitória da Conquista (Brasil) – 60,10
  17. Barquisimeto (Venezuela) – 59,38
  18. Cumaná (Venezuela) – 59,31
  19. Campos dos Goytacazes (Brasil) – 56,45
  20. Salvador e RMS (Brasil) – 54,71
  21. Cali (Colômbia) – 54,00
  22. Tijuana (México) – 53,06
  23. Guatemala (Guatemala) – 52,73
  24. Culiacán (México) – 51,81
  25. Maceió (Brasil) – 51,78
  26. Baltimore (EUA) – 51,14
  27. Mazatlán (México) – 48,75
  28. Recife (Brasil) – 47,89
  29. João Pessoa (Brasil) – 47,57
  30. Gran Barcelona (Venezuela) – 46,86
  31. Palmira (Colômbia) – 46,30
  32. Kingston (Jamaica) – 45,43
  33. São Luís (Brasil) – 45,41
  34. New Orleans (EUA) – 45,17
  35. Fortaleza (Brasil) – 44,98
  36. Detroit (EUA) – 44,60
  37. Juárez (México) – 43,63
  38. Teresina (Brasil) – 42,84
  39. Cuiabá (Brasil) – 42,61
  40. Chihuahua (México) – 42,02
  41. Obregón (México) – 40,95
  42. Goiânia e Aparecida de Goiânia (Brasil) – 39,48
  43. Nelson Mandela Bay (África do Sul) – 39,19
  44. Armenia (Colômbia) – 38,54
  45. Macapá (Brasil) – 38,45
  46. Manaus (Brasil) – 38,25
  47. Vitória (Brasil) – 37,54
  48. Cúcuta (Colômbia) – 37,00
  49. Curitiba (Brasil) – 34,92
  50. Durban (África do Sul) – 34,43

* O governo do estado do Pará contesta a metodologia da ONG mexicana; veja nota:

"A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) informa que a metodologia da pesquisa da ONG mexicana “Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Criminal” necessita ser reavaliada, pois desconsidera as metodologias adotadas pelas cidades e países envolvidos e que, no caso de Belém, utilizou dados do Sistema Único de Saúde. Existem equívocos por conta de que são coletas e métodos diferenciados em questão. Os dados aplicados pela ONG sendo do SUS, acabam por misturar homicídios dolosos e culposos, mortes no trânsito, suicídio e outras situações que levam ao óbito. Junte-se ainda ao fato de outros estados fornecerem somente dados de homicídio doloso, assim como outros países. A pesquisa da ONG mexicana “Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Criminal”, inclusive, já havia sido questionada, tecnicamente, nas edições de 2015 e 2016, não apenas por governos estaduais brasileiros, caso de Alagoas, mas também por Pedro Montenegro, consultor em Segurança, fato ocorrido em 2015."

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