Cultura Rock in Rio

Crítica: Fernanda Abreu promove baile groovado e sensual em clima de amor geral

Cantora carioca se apresentou no Palco Sunset com a Focus Cia de Dança e o Dream Team do Passinho
Crítica: Fernanda Abreu promove baile groovado e sensual em clima de amor geral Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Crítica: Fernanda Abreu promove baile groovado e sensual em clima de amor geral Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

RIO — “É a dança chegando pela primeira vez no Rock in Rio”, anunciou Zé Ricardo, diretor do Palco Sunset, cinco minutos antes de Fernanda Abreu dar o ar de sua graça. Foi ela, a dança, origem artística da cantora bailarina, que permeou a apresentação suingada e cheia de groove, por uma hora exata.

Começou com os dez dançarinos da Focus Cia de Dança, bem coreografados por Alex Neoral, e terminou já em clima de baile, com a inclusão da turma do Dream Team do Passinho, no hino carioca “Rio 40 graus”.
Com banda azeitada, de destaque para o baixo alto e cheio de groove de André Carneiro e para o carisma e a habilidade de Donatinho no teclado (com direito a solo de keytar em “Double love amor em dose dupla”), Fernanda mostrou a boa forma na voz e na aparência, fazendo qualquer um duvidar dos 56 anos que seu R.G. mostra.

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Das coreografias ao setlist, a cantora e sua turma fizeram um show de ensaio caprichado, começando com faixas de “Amor geral”, seu elogiado sexto disco de estúdio lançado no ano passado, e passando belo bloco de hits com “Veneno da lata”, “Garota sangue bom”, “Baile da pesada” e “Kátia Flávia, a godiva do Irajá”.

O público, já em bom número no fim de tarde, respondeu e ajudou a criar o clima de baile, tanto nas palminhas quanto na cantoria. A turma foi à loucura com o beijaço promovido pelos dançarinos da Focus na potente “Saber chegar”, de “Amor geral”, com direito a beijo giratório, gay e troca-troca, dialogando com a sensualidade proposta pelo show.

Já na reta final, a participação do Dream Team do Passinho, porém, não chegou a ornar tão bem no baile de “Amor geral”. O microfone baixo dos integrantes da trupe atrapalhou no começo e o medley em homenagem a Michael Jackson soou sem propósito. Mas o grupo empolgou no funk “De ladin”, seu principal sucesso.

“Carioca, brasileira e vascaína”, como fez questão de ressaltar no fim do show, Fernanda Abreu aproveitou bem a oportunidade e a boa vontade do público para mostrar que a renovação artística proposta em “Amor geral” a mantém atual e relevante.

Cotação: bom.