Por Jornal Nacional


Descoberta científica reforça necessidade da amamentação

Descoberta científica reforça necessidade da amamentação

Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) confirmou que a alimentação exclusiva com leite materno no começo da vida faz mesmo muita diferença no desenvolvimento do organismo do bebê.

Miguel ainda está aprendendo a mamar e, se depender da mãe, esse contato e esse carinho vão durar muito tempo.

“Até 1 ano pelo menos. Eu quero tentar, quero ver se eu consigo”, diz a pedagoga Joislaine Souza Diniz.

Que o leite materno é importante todo mundo sabe. Mas, no Brasil, só 41% das crianças são amamentadas exclusivamente com leite materno até os 6 meses, como a Organização Mundial da Saúde recomenda.

Agora, a ciência revelou mais um motivo para as mães amamentarem. Pesquisadores da UFMG descobriram que o desenvolvimento do fígado está diretamente ligado ao consumo de leite materno nos primeiros meses de vida.

“O fígado é como se fosse o berço de todas as células de defesa que vão funcionar a vida inteira. Nesse momento inicial da vida, quando o fígado está ainda amadurecendo, o leite materno é um alimento que já vem pronto da mãe para o filho. É como se mãe poupasse o fígado de precisar exercer funções de digestão porque ela já fez esse papel para ele através do leite materno. O que nós percebemos com a pesquisa é que se nós adiantarmos esse desmame drásticas mudanças acontecem no fígado”, explica Gustavo Menezes, coordenador da pesquisa.

A pesquisa foi feita em camundongos. Os que se alimentaram só de leite materno não tiveram alteração no metabolismo. Os que receberam outros alimentos no começo da vida, além de alteração no metabolismo, tiveram mais chance de reduzir a imunidade e sofreram mudanças genéticas.

“Isso pode, por exemplo, ser a chave para explicar por que doenças que podem envolver alergia alimentar, câncer, fibrose hepática, doenças hepáticas gordurosas, por exemplo, podem acometer uns adultos e outros não”, completa Menezes.

A partir dos resultados dessa pesquisa, os cientistas desenvolveram um teste simples, feito com uma amostra de sangue do bebê, que pode indicar se a criança já está preparada para ingerir outros tipos de alimento. O exame pode detectar células de defesa que só estão presentes no nosso corpo durante os primeiros meses de vida. A mãe do Miguelzinho, que acabou de nascer, garante que ele vai ter imunidade para a vida toda.

“Acho a amamentação superimportante. Só tem benefícios para o filho da gente, que é a pessoa que a gente mais ama”, afirma Joislaine.

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