Diz-se da torcida tricolor que a lealdade lhe é flagrante. No hino, um verso dedicado somente para quem ama em vermelho, azul e branco. Incansável, irretocável e inabalável até quando sofreu o primeiro gol, a torcida do Fortaleza mostrou porque merece o título de Leal, com inicial maiúscula. Neste sábado (14), mais de 44 mil apaixonados coloriram as arquibancadas da Arena Castelão e deram vida a um espetáculo que foi muito além das quatro linhas.
Mãos levadas à cabeça por cada chance perdida. Aplausos para incentivar o passe certo, o chute a gol. O olhar para o lado e a convocação ao companheiro para gritar junto! Cantar o hino ou a música de Cassiano. Bater palmas somente por bater. Qualquer combustível era bem vindo ao torcedor que mantinha a fé.
O segundo gol sofrido trouxe junto o silêncio, até então inédito na Arena Castelão neste sábado. Ninguém gosta de preparar a casa para um visitante indigesto que chega, senta no sofá e coloca os pés sobre a mesa de centro. Os cânticos diminuíram e houve até quem deixasse as arquibancadas antes do apito final. Mas houve quem ficasse. E tivesse fé até o último minuto.
No fim do jogo, o gol contra do CSA amenizou a angústia. Quem estava de saída, voltou correndo para comemorar com quem ficou. A fé continuava lá. Agora maior. Maior porque, no jogo de volta, tudo é possível. Para quem acreditou nos últimos oito anos de agruras, acreditar mais um pouco é até fácil.
Que venha o próximo sábado. Que venha a decisão das decisões. A torcida certamente estará lá. E depois do jogo, independente de resultados, receberá o time em casa, de braços abertos, leais como sempre foram, companheiros como sempre serão.