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Hillary acusa WikiLeaks de abafar escândalo de Trump em vídeo sobre mulheres

Para a democrata, houve comunicação entre Julian Assange e o republicano durante eleição nos EUA
Hillary Clinton, ex-candidata à Presidência dos Estados Unidos Foto: REBECCA NADEN / REUTERS
Hillary Clinton, ex-candidata à Presidência dos Estados Unidos Foto: REBECCA NADEN / REUTERS

WASHINGTON - A democrata Hillary Clinton acusou nesta segunda-feira  a plataforma WikiLeaks de ter servido à Rússia, distraindo a atenção do eleitorado durante a campanha presidencial americana, logo no momento em que Donald Trump enfrentava um escândalo por uma gravação, na qual se gabava de assediar as mulheres de forma inadequada.

Desde a derrota sofrida pela ex-secretária de Estado frente a Trump em novembro passado ainda, Hillary tem dado entrevistas eventualmente, nas quais questiona o processo eleitoral e alfineta a conduta de Trump no governo. Em uma entrevista à rede Australian Broadcasting Corporation, a democrata criticou o fundador do WikiLeaks, Julian Assange.

— Assange se tornou uma espécie de niilista oportunista que faz o que um ditador pede — alfinetou Hillary. — Agora, o WikiLeaks é, infelizmente, uma subsidiária tomada quase por completo pela Inteligência russa — acrescentou.

Segundo FBI, CIA e NSA, as três grandes agências de espionagem dos Estados Unidos, o presidente Vladimir Putin e o governo russo "desenvolveram uma clara preferência pelo presidente eleito Trump", que durante a campanha fez comentários favoráveis ao líder russo.

ASSÉDIO

Hillary se referia ao escândalo que explodiu quando surgiu um vídeo de 2005, no qual o então candidato republicano se gabava de se aproveitar do fato de ser famoso para assediar mulheres. O momento atual é especialmente delicado nos Estados Unidos, nesse sentido, em meio às acusações de assédio e abuso sexual lançadas contra o poderoso produtor de Hollywood Harvey Weinstein.

Poucas horas depois do aparecimento do vídeo de Trump, o WikiLeaks publicou mais de 2.000 e-mails hackeados da conta do diretor de campanha da democrata, John Podesta.

— Não tenho nenhuma dúvida de que houve algum tipo de comunicação e, talvez, de coordenação para lançar isso em resposta — disse Hillary.

Para a ex-candidata, essas ações fora motivadas pela hostilidade de Assange em relação a ela. Há cinco anos asilado na pequena embaixada do Equador em Londres para evitar sua extradição para a Suécia, onde é suspeito de crimes sexuais, Assange rebateu pelo Twitter as acusações de Hillary. Defendeu a organização e chamou-a de "repulsiva". Assange também negou que a fonte do vazamento tenha sido a Rússia.