Por Julia Arraes, GloboNews


Relatório afirma que obras na ciclovia Tim Maia (RJ) não são suficientes para reabertura

Relatório afirma que obras na ciclovia Tim Maia (RJ) não são suficientes para reabertura

A GloboNews teve acesso, com exclusividade, a um relatório do Ministério Público do Rio de Janeiro, que afirma que as obras realizadas na Ciclovia Tim Maia não são suficientes para a reabertura do trecho. Segundo o estudo, ainda há pontos com risco de desabamento mesmo após os reparos feitos pelo consórcio Concrejato, concluídos em 25 de agosto.

A reforma foi feita para recuperar a ciclovia na Avenida Niemeyer, após um desabamento parcial causar duas mortes em 21 de abril de 2016.

O relatório tem imagens que mostram problemas encontrados durante uma visita técnica do MP. Eles destacam alguns problemas como:

  • trincas e fissuras no concreto e falha no acabamentoque podem permitir infiltrações na estrutura
  • pontos da estrutura oxidados, que apresentam risco para avenida e para a ciclovia
  • partes da viga corroídas
  • verticalização da topografia atrás dos pilares da ciclovia
  • processo de erosão na encosta, problemas no nivelamento e vigas desalinhadas
  • grade danificada
  • piso com trincas de retração
  • juntas de dilatação não niveladas com o piso
  • necessidade de manutenção e a troca dos aparelhos de apoio, tipo neoprene
  • suportes da rede de esgoto danificados pela de corrosão
  • tubulação metálica com elevado estado de corrosão

Risco de desabamento

O laudo aponta para o risco de novos desabamentos na área das estruturas elevadas entre a Praia do Pepino e área onde aconteceu o acidente. Não há risco, porém, na estrutura construída em frente ao Viaduto Rei Alberto.

Segundo o MP, é necessário que sejam feitos novos estudos de impacto das ondas na região do acidente e em toda a costa entre a Praia do Pepino até o Viaduto Rei Alberto.

Imagem de rachadura foi anexada ao relatório do Ministério Público — Foto: Reprodução/GloboNews

O relatório do Ministério Público foi enviado ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no dia 3 de outubro. O processo está nas mãos do juiz Marcello Alvarenga Leite, que vai decidir sobre a liberação ou não da ciclovia.

Em março, o Crea fez uma vistoria no local com todos os pontos que precisavam de reparos. Na época, o relatório afirmava que a estrutura não apresentava condições adequadas de segurança para os usuários e sugeria que ela ficasse interditada nos meses em que são recorrentes as ressacas no mar.

Em nota, a Procuradoria-Geral do Município diz que caberá à Justiça decidir e que o juízo "incumbiu o Crea-RJ, como órgão técnico, para apontar as intervenções necessárias na obra". "Assim como o Município apresentou o relatório e a vistoria de conclusão das obras, o MPRJ, como parte, também pôde fazê-lo", diz o texto.

Trecho da ciclovia Tim Maia que desabou em São Conrado — Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

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