Edição do dia 19/09/2017

19/09/2017 21h42 - Atualizado em 19/09/2017 21h58

Nova procuradora-geral oficializa mudanças na equipe da Lava Jato

Novo coordenador da equipe é o procurador José Alfredo de Paula Silva.
Cinco nomes da equipe de Janot vão trabalhar na transição por um mês.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, oficializou as mudanças na equipe da Lava Jato.

A nova procuradora-geral confirmou seis nomes que já havia anunciado, inclusive o do novo coordenador da equipe, o procurador José Alfredo de Paula Silva, e manteve dois procuradores da equipe de Janot.

A nova equipe tem investigadores experientes, que atuaram no caso do mensalão do PT e também em operações recentes, como a Zelotes - que apura fraudes no Carf, o tribunal de recursos da Receita Federal - e a Cui Bono, que investiga irregularidades na Caixa Econômica Federal e levou à prisão o ex-ministro Geddel Vieira Lima.

Além do grupo fixo, de dedicação exclusiva à Lava Jato, Raquel Dodge indicou mais cinco nomes que foram da equipe de Janot para trabalhar na transição por um mês.

A nova equipe vai ditar os rumos de várias investigações que estão em andamento. Os procuradores vão, por exemplo, tomar depoimentos, participar de audiências, ajudar na coleta de provas e até fazer acordos de delação premiada. E, na Lava Jato, há muitas decisões pela frente.

Na sexta-feira (15) passada, por exemplo, último dia de gestão de Rodrigo Janot, a Procuradoria mandou para homologação do Supremo os relatos de oito delatores da OAS. São funcionários e ex-funcionários da empresa que revelam pagamentos ilegais para uma série de políticos.

De acordo com fontes que têm acesso ao processo, são informações que detalham a estrutura de pagamentos irregulares montada pela empresa. Esses registros, que em um primeiro momento eram dados como destruídos, foram recuperados pelos delatores. Entre as delações, no entanto, não está o ex-presidente da empresa Léo Pinheiro e de outros executivos do grupo. Esses acordos ainda estão em negociação.

Os investigadores também mandaram delações de mais de dez executivos da Galvão Engenharia e do marqueteiro Renato Pereira, que trabalhou para o PMDB do Rio de Janeiro em cinco campanhas eleitorais, para o governo do estado e também para a Prefeitura do Rio, entre os anos de 2006 e 2016.

Na noite de segunda-feira (18), Raquel Dodge participou de um jantar oferecido pela Associação Nacional de Procuradores da República, mas não falou com a imprensa.

“A doutora Raquel Dodge tem larga experiência na área criminal, sempre foi uma procuradora técnica, mas muito firme e altamente corajosa. Já processou esquadrões da morte, já processou governadores de estado, já pediu prisão de governadores de estado, nunca hesitou diante de seu dever”, afirmou José Robalinho Cavalcanti, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República.

“O estilo da doutora Raquel é mais reservado e isso não altera, por si só, o rumo das investigações, o rumo das operações em curso”, disse o ministro Marco Aurélio, do STF.

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