Cultura

Literatura de cordel é declarada Patrimônio Cultural do Brasil

Conselheiros do Iphan também decidiram pelo tombamento da obra de Bispo do Rosário
Literatura de cordel à venda na Feira de São Cristóvão Foto: Gustavo Stephan / Gustavo Stephan
Literatura de cordel à venda na Feira de São Cristóvão Foto: Gustavo Stephan / Gustavo Stephan

RIO - A literatura de cordel tornou-se Patrimônio Cultural do Brasil nesta quarta-feira, como adiantou Marina Caruso, em sua coluna no GLOBO . A decisão foi tomada pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) - órgão colegiado de decisão máxima do instituto para as questões relativas ao patrimônio material e imaterial do país -, em reunião esta manhã no Forte de Copacabana.

- O reconhecimento pelo Iphan era aguardado com ansiedade, porque a literatura de cordel alcançou um nível muito bom - comemorou o presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), o cearense Gonçalo Ferreira da Silva, de 80 anos, com 300 cordéis e 30 livros publicados pela editora Ravelle.

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Fundada em 1988, por Gonçalo, a ABLC tem 40 acadêmicos e 27 "cordotecas" espalhadas pelo Brasil. Foi da entidade a iniciativa de pedir a proteção deste patrimônio nacional ao Iphan, em 2010. Segundo seu presidente, existem no país cerca de 60 cordelistas, 20 deles no Rio de Janeiro.

Hoje, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural - que reúne 26 conselheiros, representantes de órgãos como os ministérios da Educação, das Cidades, do Turismo e do Meio Ambiente; do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e da Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), entre outros - também decidiu pelo tombamento do acervo de Arthur Bispo do Rosário.

Na quinta-feira, os conselheiros voltam a se reunir no Forte de Copacabana para discutir os pedidos de proteção de mais quatro bens, representantes da diversidade cultural do Brasil: o tombamento dos terreiros de candomblé Ilê Obá Ogunté Sítio Pai Adão, do Recife (PE), e Tumba Junsara, de Salvador (BA), além dos registros como Patrimônio Cultural do Brasil da Procissão do Senhor dos Passos, em Florianópolis (SC), e do Sistema Agrícola Tradicional das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira, no Estado de São Paulo.