Por Vitor Santana, G1 GO


Com IML interditado, família demora dois dias para enterrar homem morto em Luziânia

Com IML interditado, família demora dois dias para enterrar homem morto em Luziânia

A família de Vinícius Diego Chaves, de 30 anos, reclama que só conseguiu enterrar o homem dois dias após sua morte devido ao fechamento do Instituto Médico Legal (IML) em Luziânia. A unidade está interditada há sete meses por problemas de estrutura e corpo precisou ser recolhido e levado para outra cidade.

O homem morreu no domingo (17). Segundo os familiares ele teve uma parada cardíaca e foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu. Porém, como o IML de Luziânia está fechado por ordem judicial para reforma, o corpo só foi recolhido no dia seguinte pela unidade de Formosa, a 135 km de distância da cidade.

O corpo só foi liberado e enterrado na terça-feira (19). Os familiares reclamam que toda essa demora e sofrimento poderia ser minimizado se o IML de Luziânia estivesse funcionando.

“Uma cidade desse tamanho, que gera tanto imposto, tanto dinheiro para a prefeitura, não tem a consideração com uma família que perde o ente querido em dar um enterro digno para a pessoa”, contou Danilo Chaves, irmão de Vinícius.

“Foi um descaso total, isso não faz nem com um animal, imagina com um ser humano”, disse o também irmão de Vinícius, Jair Botelho.

Os parentes também reclamam do descaso no trato com o corpo de Vinícius. “Eu fui buscar ele com o pessoal da funerária e ele estava jogado lá, de qualquer jeito, como se fosse um animal. Não tem uma dor pior que você ver um irmão no estado que ele estava”, disse Danilo.

A Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP), responsável pelo IML, informou que a obra de reforma e ampliação da unidade em Luziânia está prevista dentro de um programa do estado, mas não deu prazo para início.

Sobre a demora e reclamação sobre o estado do corpo de Vinícius, o órgão disse que o recolhimento foi feito dentro do prazo.

Interdição

O IML de Luziânia foi interditado por ordem da juíza da 1ª Vara Cível e de Fazenda Pública Estadual, Flávia Cristina Zuza em fevereiro deste ano. Ela atendeu o pedido do Ministério Público, que relatou um “panorama caótico” na unidade. Entre as irregularidades estavam corpos encontrados ao sol e insetos dentro do carro que recolhe os cadáveres

Corpos sem identificação ficavam armazenados nos fundos do imóvel. Os vizinhos reclamavam também do mau cheiro por conta da situação. Dentro da unidade, vários equipamentos estavam enferrujados e o aparelho de raio-X não funcionava. Também não havia segurança no local onde eram guardadas as armas de fogo para perícia.

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Vinícius Diego Chaves só foi enterrado dois dias após a morte por IML de Luziânia estar fechado — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

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