Por Arthur Guimarães, TV Globo


Nuzman vira réu no processo sobre escolha do Rio como sede olímpica

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O juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, Arthur César de Menezes Soares Filho (o Rei Arthur) e Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), por corrupção devido à suspeita de compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede olímpica em 2016.

MPF denuncia Sérgio Cabral e outras cinco pessoas por corrupção em compra de votos

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Carlos Arthur Nuzman agora é réu por corrupção na escolha do Rio de Janeiro como sede olímpica — Foto: Fernanda Rouvenat/ G1

Também são réus no processo - resultante das investigações que levaram à Operação Unfair Play - o ex-diretor do COB Leonardo Gryner, o ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), Lamine Diack, e seu filho Papa Massata Diack. Como os dois últimos são estrangeiros, o juiz Bretas determinou que o processo seja desmembrado para que ambos possam ser citados no país em que residem.

De acordo com a denúncia do MPF, Cabral, Nuzman e Gryner solicitaram diretamente a Arthur o pagamento de US$ 2 milhões para Papa Diack, para garantir votos para o Rio de Janeiro na eleição da cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o que configura corrupção passiva.

"Verifico, ainda, estarem minimamente delineadas a autoria e a materialidade dos crimes que, em tese, teriam sido cometidos pelos acusados, o que se afere do teor da documentação que instrui a exordial, razão pela qual considero haver justa causa para o prosseguimento da ação penal", escreveu Marcelo Bretas em seu despacho desta quinta-feira (19).

STJ manda soltar Nuzman e determina cumprimento de medidas cautelares

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O advogado de Nuzman, Nélio Machado, diz que aceitação da denúncia é "meramente formal".

"Ela viabiliza o exercício do direito de defesa. Responderemos em dez dias a partir do momento em que formos cientificados. E o próprio juiz poderá reconhecer a inanidade, a inapetência e o vazio da acusação. Acredito que o juiz possa fazê-lo. Se não o fizer, eu disponho dos direitos que a lei me faculta e os utilizarei confiando que, a exemplo do que aconteceu no STJ, também vai acontecer diante da ilegalidade que se traduzirá num eventual recebimento de uma acusação que é inepta, que é destituída de justa causa e que não tem nenhum fundamento", disse.

STJ solta Nuzman

Nesta quinta (19), horas antes de se tornar réu na Unfair Play, Nuzman foi beneficiado por uma decisão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que lhe concedeu liberdade. O ex-presidente do COB estava preso desde o último dia 5, e os ministros do STJ substituíram a prisão preventiva por medidas cautelares: ele deve entregar seu passaporte às autoridades, está proibido de deixar o país e não pode ter contato com outros investigados.

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