Por Bom Dia Rio


Obras inacabadas e construções abandonadas estão entre os legados da Olimpíada no Rio

Obras inacabadas e construções abandonadas estão entre os legados da Olimpíada no Rio

Após anos de preparação e dinheiro investido, alguns legados da Olimpíada de 2016 ficaram só na promessa, como mostrou o Bom Dia Rio. O Maracanã, que foi o centro das atenções do mundo nas cerimônias de abertura e encerramento da Olimpíada e da Paralimpíada, está degradado.

O gramado de um dos estádios mais famosos do mundo está amarelo e várias cadeiras foram arrancadas. Do lado de fora há lixo e mato crescendo.

Em março do ano passado, o Consórcio Maracanã S.A., que administra o estádio, o cedeu ao Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016. No momento da devolução, o consórcio não aceitou o estádio de volta, pois avaliou que não estava na mesma condição em que foi cedido. Mas a justiça determinou que ele reassuma. O consórcio disse que vai recorrer.

Este mês o abandono do estádio virou caso de polícia. Funcionários da empresa de segurança registraram na delegacia o furto de televisores, de equipamento de combate a incêndios e dois bustos de cobre, um deles o do jornalista Mário Filho, que dá nome ao estádio.

As câmeras de segurança, que poderiam ajudar na apuração do crime, não funcionam porque o Maracanã está sem luz desde dezembro.

Outro compromisso que ficou no papel é a despoluição da Baía de Guanabara. O cenário que encantou o mundo, mas preocupou os competidores continua igual.

Na área de transportes, o VLT, a Linha 4 e a Transolímpica são destaques. Mas a Transbrasil ainda parece um grande canteiro de obras abandonado. O trabalho parou em agosto do ano passado. Na época, a prefeitura disse que era para não atrapalhar o trânsito durante a Olimpíada. Mas quase seis meses se passaram e nenhum progresso foi feito.

Até o momento, apenas 47% da obra foi construída. A Prefeitura do Rio e o consórcio responsável estão renegociando os valores do projeto. Enquanto isso, só se vê lixo e água parada. O viaduto construído na Avenida Brasil se tornou a casa de usuários de drogas e moradores de rua.

O Parque Radical, em Deodoro, na Zona Oeste, que se tornaria uma importante área de lazer para os moradores da região, conta com uma placa que indica que o funcionamento é de 9h às 17h, às sextas, sábados, domingos e feriados. Porém, o local está fechado e com uma placa dizendo que a piscina está em manutenção e que abririam em janeiro. O problema é que o mês está acabando e nada de os portões abrirem ao público.

O Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, também na Zona Oeste, foi reaberto este mês. Mas apenas nos finais de semana.

O Bom Dia Rio procurou a Prefeitura do Rio para saber as respostas sobre os legados olímpicos, mas não teve retorno.

Sobre a falta de luz no Maracanã, a concessionária que administra o estádio confirmou que a energia foi cortada por falta de pagamento. De acordo com a Light, o atraso é desde o mês de outubro do ano passado. A Maracanã S.A. prometeu pagar até sábado (28) as contas de novembro e dezembro, no valor de R$ 1,047 milhão.

A Rio 2016 informou que o corte da energia não tem relação com o período em que administrou o estádio, de março a outubro do ano passado. Mas admite que tem uma dívida com a Light que está sendo negociada.

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