• Do Estadão Conteúdo
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Dinheiro; notas; real (Foto: Agência Brasil)

O pacote de ajuda calculado até então em R$ 50 bilhões será ampliado (Foto: Agência Brasil)

Turismo e saúde devem ser incluídos no pacote de socorro que está sendo costurado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e bancos privados aos setores afetados pela crise causada pelo novo coronavírus no Brasil, apurou segundo apuração feita com quatro fontes próximas às negociações.

Além de definir subsegmentos que serão atendidos nos grupos de trabalho já formados, de forma a englobar outros setores prejudicados, outra expectativa é de que uma definição quanto ao formato de ajuda às empresas de energia, o mais avançado até aqui, ocorra ao longo desta semana.

A lista que contemplava quatro setores vistos como prioritários - energia, aéreas, automotivo e varejo não alimentício -, agora passa a contar com turismo e saúde, que terão grupos de trabalho próprios. Com isso, o pacote de ajuda calculado até então em R$ 50 bilhões será ampliado.

Alguns dos novos segmentos também serão incluídos nas atividades já selecionadas previamente de forma a tornar o processo mais simples, explica uma fonte. A cadeia têxtil, assim como bares e restaurantes, por exemplo, deve ser alocada no setor de varejo não alimentício, coordenado pelo BNDES ao lado do Santander. "Nesses segmentos não há um consolidador. É muito pulverizado além das grandes empresas. Estuda-se como podem ser incluídos no pacote", diz fonte que acompanha as negociações.

Ampliação

O turismo, que inclui hotelaria, viu a demanda sumir com a medida de isolamento social necessária para conter a propagação do vírus. O Itaú Unibanco, que já coordena o grupo de socorro ao setor automotivo, ficará com turismo.

Já o segmento de saúde deve ficar com o Banco do Brasil. Diversos players do setor, como hospitais e laboratórios, vêm sofrendo fortemente com perdas de receitas a despeito do aumento da demanda de serviços por causa do coronavírus. Uma das razões é que as cirurgias eletivas, de onde vêm grande parte das receitas, foram suspensas.

O presidente do BNDES, Gustavo Montezzano, afirmou no fim de semana que a ajuda a setores afetados pela crise deve englobar até dez segmentos. Ele não revelou quais seriam as atividades em vista e explicou, durante live no domingo, que os critérios para entrada no pacote de socorro incluem relevância econômica e o tamanho do estrago causado pela covid-19.

Por ora, a ajuda mais avançada é ao setor de energia. Uma reunião para definir detalhes e o valor do empréstimo ocorreu na terça-feira, 21. A expectativa dos envolvidos é de que o martelo quanto ao formato seja batido ainda nesta semana, com o valor ficando perto dos R$ 16 bilhões. O sindicato que capitaneia o socorro é formado pelo BNDES, pelo Banco do Brasil e pelos bancos privados Itaú, Bradesco, Santander, Safra e Citibank.

No setor de aviação, quem lidera o grupo, com o banco de fomento, é o Bradesco. Aqui, a ajuda também deve vir por parte das grandes instituições financeiras e são esperados ainda Safra e Citi, de acordo com fontes ouvidas na condição de anonimato. Cada uma das três gigantes do setor, Gol, Latam e Azul, devem receber entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3,5 bilhões.