Edição do dia 02/10/2017

02/10/2017 21h24 - Atualizado em 02/10/2017 21h25

Motivação para assassinato em massa nos EUA ainda é mistério

Polícia investiga que motivos podem ter levado um homem sem antecedentes criminais a cometer o ataque a tiros em Las Vegas.

As autoridades americanas investigam que motivos podem ter levado um homem, sem antecedentes criminais, a cometer um assassinato em massa.

Desde que a polícia entrou no quarto do hotel e encontrou o atirador morto, os investigadores trabalham para descobrir como e por que tudo aconteceu.

Stephen Paddock era um contador aposentado, de 64 anos, que vivia na pequena cidade de Mesquite, no estado de Nevada, a cerca de uma hora e meia de distância de Las Vegas. A família e os vizinhos disseram que ele era um jogador profissional, assíduo dos cassinos, e que passava vários dias hospedado em hotéis jogando.

Segundo o irmão, ele se mudou para Mesquite justamente para ficar mais próximo de Las Vegas. Ele apostava alto. Os registros dos cassinos mostram que ele apostava US$ 10, 20, às vezes até 30 mil em um dia.

O irmão contou que ele era financeiramente bem de vida. Tinha imóveis, investimentos, milhões de dólares. Dinheiro para bancar as apostas. Mas disse, também, que não tem como saber se ele perdeu muito dinheiro no jogo recentemente. A polícia está investigando se ele tinha problemas financeiros por causa das apostas.

O irmão deu uma entrevista atordoado. Se disse chocado com o que aconteceu e afirmou que o Stephen nunca deu sinais de que pudesse fazer algo assim, que ele não tinha ligação nenhuma com religião ou política.

Ele também não tinha passagens pela polícia, mas o pai dele já foi um dos dez homens mais procurados pelo FBI. Benjamim Paddock foi um ladrão de bancos na década de 60. Mas o irmão do atirador disse que eles não tiveram contato com o pai.

O suspeito vivia com uma namorada. A polícia chegou a pensar que Marilou Danley, uma cidadã australiana, teria participado do ataque. Isso porque ele usou documentos dela nos últimos dias. Mas Marilou estaria em Tóquio e a polícia descartou, por agora, o envolvimento dela no atentado.

Vizinhos relatam um homem quieto, que vivia com as janelas da casa fechadas. Na quinta-feira (28), esse homem quieto se hospedou no quarto 135, no 32º andar do hotel Mandalay Bay. Dentro do quarto foram encontradas 16 armas. Duas janelas do quarto foram quebradas, de acordo com a polícia, com um martelo e, em cada janela, havia um fuzil em um tripé.

Investigadores que estiveram no local afirmam que o atirador parece ter planejado meticulosamente o ataque. Escolhendo o quarto, levando muitas armas e munições, e até a ferramenta para quebrar as janelas.

A polícia fez buscas em uma das casas do atirador e encontrou mais 18 armas, munições e explosivos. E se sabe que no último ano Stephen comprou, pelo menos, três armas legalmente na mesma loja: uma pistola e dois fuzis.

Ainda não está claro o que o atirador fez entre a quinta-feira, quando entrou no hotel, e a noite de domingo, quando abriu fogo contra uma multidão.

O Estado Islâmico chegou a reivindicar a autoria do atentado, mas sem dar provas sobre isso. O FBI descartou essa possibilidade, dizendo que não há nenhuma ligação entre o atirador e terroristas. E continua um mistério qual teria sido a motivação do ataque.