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09/04/10 - 14h54 - Atualizado em 09/04/10 - 14h55

Presidente da associação de moradores do Morro do Prazeres critica remoção

‘Não somos animais. Precisamos do carinho da prefeitura’, diz presidente.
Paes afirma que vai remover Morro dos Prazeres e Laboriaux, na Rocinha.

Bernardo Tabak e Liana Leite Do G1, no Rio

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Foto: Aluízio Freire/G1

Bombeiros encontram um corpo no Morro dos Prazeres (Foto: Aluízio Freire/G1)

A presidente da Associação de Moradores do Morro dos Prazeres, Eliza Rosa Brandão, reagiu de maneira enfática ao decreto assinado pelo prefeito Eduardo Paes, na quinta-feira (8), que legaliza a retirada à força de moradores de áreas de risco.

 

“Nós não somos animais. Somos seres humanos e precisamos do carinho da prefeitura. Essa comunidade tem uma história e as famílias não querem sair daqui. A gente zela pelos nossos bens”, disse ela, que afirmou ainda que a associação não foi sequer procurada pelo prefeito.

 

Segundo a assessoria de Paes, em casos extremos, a prefeitura poderá recorrer à polícia para remover as pessoas que se recusarem a sair de áreas afetadas por deslizamentos. 

 

A favela mais afetada foi a do Morro dos Prazeres, onde 22 pessoas morreram soterradas após um imenso deslizamento da encosta. Na Favela da Rocinha, o caso de maior gravidade foi na localidade do Laboriaux, onde uma idosa e uma criança morreram sob os escombros de uma casa que desabou. Lá, o asfalto da rua principal está partido ao meio por causa de uma fenda.

 

Paes afirmou que vai remover Morro dos Prazeres e Laboriaux
Em entrevista coletiva, na quarta-feira (7), Eduardo Paes anunciou a remoção completa da favela do Morro dos Prazeres e das casas na localidade do Laboriaux. “Não quero passar o próximo verão sem dormir, preocupado se vão ter mais mortes por causa das chuvas”, afirmou Paes. O prefeito estima que entre 1,5 mil e 2 mil famílias – cerca 7 mil pessoas - serão removidas das duas comunidades.


Eliza Brandão informou que a associação do Morro dos Prazeres vai tomar medidas contra o decreto da prefeitura. “O deslizamento ocorreu por falta de atenção do poder público. Nós já tínhamos enviados vários ofícios avisando da situação das encostas”, afirmou Eliza.

Ex-presidente da Associação de Moradores da Rocinha apoia remoção
O presidente do Movimento Popular de Favelas (MPF), William Oliveira, que é ex-presidente da Associação de Moradores da Rocinha, mostrou-se a favor das remoções, desde que as pessoas não sejam encaminhada para abrigos, mas sim para novas residências.

 

“Eu fui ao Laboriaux e implorei para aquela senhora sair de casa. Ela não saiu e nós perdemos essa vida”, contou. “Se eu pudesse voltar no tempo, apoiaria a remoção dela à força. Hoje, eu me sinto culpado por aquela vida perdida”, disse o presidente do MPF. 

“Eu sou nascido e criado na Rocinha e moro há 38 anos nesta favela. Muita gente vai me criticar, mas posso dizer que, se os governantes tivesse tido mão de ferro para fazer remoções, essas tragédias não ocorreriam”, afirmou.

Ninguém foi encontrado na Associação de Moradores da Rocinha para comentar o assunto. 

O decreto
De acordo com Paes, não há como alterar a decisão de desocupar as encostas. “Ainda há risco de novas chuvas na cidade. Não podemos deixar os moradores em locais de risco”, disse ele, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (9).

 

No decreto, o prefeito afirma que "fica autorizada, nos termos dos incisos XI e XXV, do artigo 5º, da Constituição Federal, às autoridades administrativas e aos agentes de defesa civil, diretamente responsáveis pelas ações de resposta aos desastres, em caso de risco iminente, a adoção das seguintes medidas:

I — penetrar nas casas, mesmo sem o consentimento do morador, para prestar socorro ou para determinar a pronta evacuação das mesmas; e

II — usar de propriedade particular para as ações de emergência que visem evitar ou minimizar danos ou prejuízos ou comprometer a segurança de pessoas.

 

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