Rio

PM do Bope assassinado na Av. Brasil era atleta e competia em corridas

Cabo foi o 128º policial militar morto no estado do Rio neste ano
PM foi não resistiu aos ferimentos, depois de ser baleado na Avenida Brasil, altura de Parada de Lucas Foto: Reprodução/Facebook
PM foi não resistiu aos ferimentos, depois de ser baleado na Avenida Brasil, altura de Parada de Lucas Foto: Reprodução/Facebook

RIO — "Raio, atleta, maratonista e dono de diversos pódios". É assim que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) descreve o cabo Éder Gomes Mattos, assassinado no início da noite deste domingo, em Parada de Lucas , Zona Norte do Rio. Ele, que competia em corridas, foi atingido no peito, de acordo com testemunhas, por dois tiros disparados por criminosos . O militar chegou a ser socorrido e levado para o Hospital estadual Getúlio Vargas , na Penha, mas não resistiu aos ferimentos. Édson é o 128º PM morto no estado do Rio apenas neste ano.

A julgar pela homenagem publicada no perfil do Bope no Facebook e por mensagens de apoio endereçadas ao cabo, o PM era pessoa bastante querida por colegas de farda e também por companheiros de corrida:

"Até aqui viajamos juntos, não faltaram obstáculos. Subidas e descidas foram uma realidade sempre presente. Juntos percorremos retas, transpomos abismos e seguimos por um ideal. Do outro lado desse muro, entre a vida e a morte, levaremos seu sorriso, garra e determinação. A despedida faz parte de nossa profissão, nos forjamos no fogo para suportar essas perdas. Por você, camarada Éder, continuaremos essa luta, essa garra e essa batalha. Pois você também acreditou que poderíamos fazer a diferença. Amigo, você não perdeu a vida, foi a vida que te perdeu. Continua sua maratona aí, que nós continuaremos aqui lutando por dias melhores", consta do texto publicado pela corporação.

Outras internautas fizeram coro e lamentaram o episódio de violência: "Lamentável! Uma pessoa maravilhosa, que eu tive o prazer de conhecer", escreveu uma mulher. "Grande guerreiro, correu comigo em corridas de praia. Deus te guarde, irmão", postou um homem.

De acordo com informações preliminares, Éder foi abordado por criminosos na Avenida Brasil , via expressa por onde passava pilotando sua moto. Ele não estava fardado e portava uma arma. Os integrantes do bando teriam tentado assaltar a vítima.

Segundo testemunhas, havia bandidos separados em dois veículos. Os que estavam no primeiro automóvel abordaram o policial. Na ação, comparsas que estariam num segundo veículo teriam efetuado disparos. Essa informação, no entanto, não foi confirmada oficialmente pela polícia.

— Primeiro passou um carro, cortando todo mundo. Atrás deste, havia outro automóvel. Este parou em uma mureta, perto de um ônibus. (A informação era) que os ocupantes do segundo veículo dispararam no momento em que o policial tentou render aqueles que estavam no primeiro carro — contou uma testemunha, que passava pelo local na hora do crime e chegou a ouvir o barulho dos disparos.

A moto e a arma do policial não foram levados pelos integrantes do bando que cometeram o assassinato.

— (Depois da fuga dos criminosos) tiraram o capacete dele. O PM estava com uma camisa de competição (ele participava de corridas). Na pista, o policial tentava falar, mas cuspia sangue e não conseguia. Ele tomou os tiros no lado direito do peito. Policiais colocaram ele em um veículo e o levaram para o hospital — completou, consternada, a testemunha.

O caso está sob a investigação da Delegacia de Homicídios da Capital ( DH ). Os agentes da especializada buscam pelos responsáveis pelo assassinato do cabo do Bope. Um veículo utilizado teria sido encontrado no bairro de Cordovil, também na Zona Norte. O carro, um Honda Civic, foi levado para a delegacia na Barra da Tijuca .

Ainda de acordo com o Bope, o cabo Édson deixa "mulher, pai, irmãos e amigos". Ainda não há informações sobre o local e horário do sepultamento do policial militar.