Mundo

'Não é momento de debater armas', diz Casa Branca após ataque em Las Vegas

Atirador disparou contra festival de música country, matando 58 pessoas e ferindo 515
Espectadores carregam feridos em Las Vegas Foto: David Becker / AFP
Espectadores carregam feridos em Las Vegas Foto: David Becker / AFP

WASHINGTON — A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira que seria prematuro iniciar agora um debate sobre o controle de armas, poucas horas depois de um ataque que matou 59 pessoas e deixou 527 feridos em Las Vegas , e que a prioridade deve ser a união nacional. A porta-voz do governo, Sarah Huckabee, afirmou que há uma investigação em curso e que é precipitado discutir política "quando não conhecemos todos os fatos, ou o que aconteceu na última noite".

— Há a hora e o lugar para um debate político, mas agora é o momento de nos unirmos como nação — disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee. — Hoje é um dia para consolar os sobreviventes e pessoas em luto pelos que perdemos.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e a primeira-dama, Melania Trump, fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do ataque. Mais cedo, Trump fez um pronunciamento formal e chamou o maior ataque armado da História do país de um ato de pura maldade , pedindo que a nação se mantenha unida frente à tragédia. Ele também agradeceu aos socorristas e policiais que agiram com rapidez no socorro das vítimas, salvando muitas vítimas.

— Foi um ato de pura maldade. O FBI e o Departamento de Segurança Interna estão trabalhando com as autoridades locais para ajudar na investigação, e vão fornecer atualizações sobre a investigação e o seu desenvolvimento — disse, antes de elogiar os socorristas: — A velocidade com que eles agiram foi miraculosa. Encontrar o atirador tão rápido após os tiros terem sido disparados é algo pelo qual nós sempre seremos gratos.

LEIA MAIS: Vídeos mostram pânico em meio a ataque a tiros em Las Vegas

'Estamos chocados', diz irmão de autor de massacre em Las Vegas

Estado Islâmico reivindica massacre que matou 50 em Las Vegas

Conheça as vítimas identificadas do massacre de Las Vegas

As autoridades não vinculam, por enquanto, o massacre ao terrorismo internacional, apesar do ataque ter sido reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI). O autor dos disparos, que se suicidou, dispunha de mais de dez fuzis no quarto de hotel de onde abriu fogo. De lá, no 32º andar, ele atirou repetidamente contra a multidão, que assistia aos shows do festival, por volta das 22h (horário local). Morador de Mesquite, no estado de Nevada, ele teria se matado antes da chegada da polícia, que precisou conduzir uma explosão controlada para entrar nas acomodações.

Mais tarde, os investigadores foram à sua casa em Mesquite, uma cidade tranquila de 20 mil habitantes, e já encontraram os seus dois veículos. Ele não tinha passagens anteriores pela polícia.

— Não fazemos ideia de quais eram suas crenças — disse Lombardo. — Agora, acreditamos que ele era o único agressor. Já localizamos várias armas dentro do quarto que ele ocupava.

Local do ataque

Atirador abriu fogo contra público de festival country

Um atirador, do 32º andar, abriu fogo contra o público de um festival country

Canadá

EUA

Las Vegas

Hotel Cassino Mandala Bay

México

No local, havia cerca de 22 mil pessoas acompanhando os shows

2

Catedral

Metropolitana

Catedral

Metropolitana

Compare:

Se considerarmos um ponto a partir dos Arcos da Lapa, veja a distância dos disparos do atirador de Vegas

366 m

Arcos da

Lapa

Praça

Passeio

Público

Praça

Passeio

Público

PALCO

366 m

distância entre o Hotel

e a área do Show

Público

Fonte: The Washington Post

Local do ataque

Atirador abriu fogo contra público

de festival country

Canadá

EUA

Hotel Cassino Mandala Bay

Las Vegas

México

2

Um atirador, do 32º andar, abriu fogo

contra o público de um festival country

No local, havia cerca de 22 mil

pessoas acompanhando os shows

2

Compare

Catedral

Metropolitana

Catedral

Metropolitana

366 m

Arcos da

Lapa

Praça

Passeio

Público

Praça

Passeio

Público

Se considerarmos um ponto a partir dos Arcos da Lapa, veja a distância dos disparos do atirador de Vegas

PALCO

366 m

Público

Fonte: The Washington Post

Irmão do atirador, Erick Paddock disse à mídia local que a sua família está chocada com o massacre. Segundo ele, Stephen não tinha religião, filiação política ou histórico militar e também não era ávido colecionador de armas.

— Nós estamos completamente chocados. Não nós conseguimos entender o que aconteceu. Não temos absolutamente nenhuma ideia — disse. — Ele era meu irmão, e é como se tivesse caído um asteróide do céu. O fato de ele ter todas aquelas armas é... De onde ele pegou aquelas armas automáticas? Ele não tinha histórico militar nem nada disso. Era só um cara que vivia em casa em Mesquite, dirigia, apostava em Las Vegas e comia burritos.

DEMOCRATAS PEDEM MUDANÇA DE LEGISLAÇÃO

Apesar da investigação ter apenas começado, os rivais democratas de Trump já exigem, independentemente de quais tenham sido as motivações do assassino, uma modificação na legislação sobre armas, tema que suscita debates acalorados nos Estados Unidos.

Massacre após massacre, os democratas não deixaram de tentar tornar a legislação sobre a venda de armas mais estrita, mas os republicanos conseguiram, até agora, agir em bloco e se opor a qualquer limitação. As pesquisas de opinião indicam que a maioria dos americanos é a favor de um endurecimento da legislação.

Apoiado na campanha eleitoral pela maior organização americana defensora do direito de possuir armas de fogo, a Associação Nacional do Rifle (NRA), Donald Trump sempre foi um defensor feroz da Segunda Emenda da Constituição, cuja interpretação é objeto de ásperas discussões, que estipula que não se pode atentar contra "o direito do povo de ter e portar armas". Algumas horas depois da tragédia, a ex-candidata democrata à presidência Hillary Clinton pediu um debate aprofundado sobre as armas.

VEJA TAMBÉM: Família confirma que enfermeiro morreu em ataque a tiros de Las Vegas

Detida, suposta mulher de atirador se dizia 'mãe orgulhosa' no Facebook

Pai do atirador de Las Vegas estava na lista de mais procurados do FBI

"Nossa pena não é suficiente. Podemos e devemos deixar a política de lado, enfrentar a NRA e trabalhar juntos para tentar fazer com que isso não volte a ocorrer", escreveu no Twitter.

Os ataques armados em massa são um problema há muito conhecidos pelos americanos. Segundo o site Gun Violence, houve 272 grandes ataques armados nos Estados Unidos ao longo deste ano, sem considerar o ataque desta segunda-feira. Esta nova ação acontece sete meses após uma ação similar que deixou um morto e um ferido na mesma avenida, Las Vegas Strip.