• Agência O Globo
Atualizado em
Congresso Nacional, em Brasília (Foto: Jardelsliumba / Wikimedia Commons)

Congresso Nacional, em Brasília (Foto: Jardelsliumba / Wikimedia Commons)

O governo busca apoio do Congresso Nacional para aprovar, ainda nesta semana, um projeto que autoriza o Tesouro Nacional a oferecer garantia nas operações de crédito para as empresas enquadradas no Simples Nacional, com faturamento anual de até R$ 360 mil e que estão com as contas em dia.

A proposta que está sendo discutida entre técnicos da equipe econômica e a Câmara dos Deputados prevê um aporte do Tesouro de R$ 10,9 bilhões no Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) do BNDES.  O plano prevê a cobertura de até 80% da operação, em caso de inadimplência.

O objetivo é dar aos bancos condições para conceder empréstimos às pequenas  empresas, que viram o crédito secar no sistema financeiro,  diante das incertezas na economia com a crise do novo coronavírus. A falta de garantia a oferecer é um dos principais entraves ao financiamento do segmento.

As taxas de juros da nova linha de financiamento, que poderá ser usada para  investimento e capital de giro  ficariam entre 3,7% e 6% ao ano, com carência e prazo de pagamento de 24 meses e 36 meses.

Segundo um técnico a par das discussões, a medida pode beneficiar um universo de 3,2 milhões de pequenas empresas. Os interessados poderão acessar o site da Receita Federal que vai dizer o limite de crédito de cada uma.

Os parâmetros ainda estão sendo fechados, mas devem ficar entre 30% e 50% do faturamento mensal, multiplicado por duas, três e até quatro vezes.

A expectativa do governo é aprovar o projeto, relatado pela deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), na quarta-feira. A proposta já passou pelo Senado, mas está sendo reformatada na Câmara. Por isso, terá que retornar para a análise dos senadores, mas o entendimento é que a tramitação pode ser rápida, diante das dificuldades das empresas na crise.

Em outra frente, a Caixa Econômica Federal e o Sebrae vão anunciar nesta segunda-feira uma linha de crédito entre R$ 8 bilhões e R$ 9 bilhões para microempreendedores individuais (MEI), com faturamento anual de até R$ 81 mil e micro e pequenas empresas, até R$ 4,8 milhões.

Para isso, o Sebrae vai aportar cerca de 500 milhões no Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe) que também vai cobrir até 7% da carteira em caso de inadimplência. Além disso, o Sebrae ficará responsável por prestar assistência aos tomadores, durante o contrato.