Política

Bolsonaro cobra que PSL 'arrume a casa' para continuar na legenda

Presidente pediu que deputados sejam enquadrados e que sigla faça mudanças em direções estaduais
Bolsonaro em evento do PSL, partido ao qual se filiou em janeiro de 2018 após passagens por outras oito legendas Foto: Divulgação / PSL
Bolsonaro em evento do PSL, partido ao qual se filiou em janeiro de 2018 após passagens por outras oito legendas Foto: Divulgação / PSL

BRASÍLIA - Em reunião a portas fechadas no gabinete presidencial, na manhã desta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro cobrou da cúpula de seu partido, o PSL, que "arrume a casa" enquadrando parlamentares para afinar o discurso e promovendo troca na direção em alguns estados.

Participaram da reunião, que durou meia hora, o presidente da legenda, Luciano Bivar (PSL-PE), o vice-presidente Antônio Rueda e a advogada Karina Kufa. A cobrança foi feita para que continue no partido até 2022, inclusive para uma eventual candidatura à reeleição.

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O presidente deixou claro que o partido precisa demonstrar "unidade". Bolsonaro teria dito aos dirigentes partidários que não dá para a sigla manter essa relação de "merda" com o governo. Ele reclamou do clima de desarmonia da legenda e de deputados que o atacam frequentemente.

Na visão do presidente, Bivar precisa "enquadrar" os deputados, convidá-los a afinar o discurso e também evitar novas dissidências nas votações no Congresso. Bolsonaro acredita que a presidência da legenda empodera Bivar a convencer os aliados a amenizar as críticas.

O presidente se comprometeu a gravar um vídeo para ser divulgado no dia 17 de agosto convidando interessados a se filiar ao PSL. A legenda espera aumentar de 250 mil para um milhão o número de filiados. Com o crescimento que teve em 2018, a legenda passa a ter uma fatia considerável dos fundos partidário e eleitoral e espera alavancar seus candidatos nas eleições municipais do próximo ano.

Com a participação mais ativa na vida partidária, o presidente passaria a participar da indicação de dirigentes do partido nos estados. A tendência é colocar à frente das presidências estaduais àqueles que mantém o mesmo alinhamento político.

Na reunião, Bolsonaro não tocou na questão de mudar o nome da legenda, defendida por vários dos integrantes que só aderiram à legenda junto com o presidente, no início do ano passado. Bivar é enfático ao defender a nomenclatura, sustentando que "carrega uma história há mais de 20 anos".