Varejo
Quarentena muda perfil de consumo: compras de roupas e calçados despencam quase 90%
Já as feitas nos mercados sobem 17%. Números do BC consideram operações com cartão de débito nas duas primeiras semanas de abril
2 min de leituraNúmeros divulgados pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira apontam para uma mudança no perfil de consumo durante a quarentena. Enquanto o setor de vestuário e calçados vivencia uma queda de 88,8% nas compras com cartão de débito, os supermercados registram uma ampliação de vendas de 17,1%, possivelmente puxada por uma compra preventiva de alimentos, segundo o BC.
Os dados comparam as duas primeiras semanas de abril com o mesmo período de março e estão publicados no Boletim Regional divulgado trimestralmente pela autoridade monetária.
A mudança no perfil de consumo é parecida em todas as regiões, mas mais acentuada no Sudeste, onde as compras de vestuários e calçados caiu 94,5% e a dos supermercados aumentou 14,9%.
A região Norte foi a que registrou menor queda no setor de vestuários, com 59,8% de redução enquanto a de supermercados subiu 16,6%.
Outro setor que teve uma queda relevante foi o de restaurantes e hotéis. A redução foi de 72,1% no país todo, com altas ainda maiores no Nordeste, de 77,8% e no Sul, de 74,6%.
Um levantamento das compras de cartões de crédito e débito do início do mês já apontava para uma mudança no comportamento de consumo dos brasileiros, com alta nos gastos em supermercados e farmácias.
De forma geral, os gastos com cartão de débito recuaram 27,2% no período, refletindo as medidas de isolamento social implementadas por conta da pandemia do coronavírus.
As reduções mais intensas foram no Nordeste, com queda de 31% e no Sudeste, com redução de 26,9%, sendo que essa última representa 64,5% do valor das operações. Na região Norte, o recuo foi de 21,8%, no Centro-Oeste foi de 23,6% e no Sul, de 29,6%.
Para o estado, os dados mostram um recuo de 35,8%, maior que a média nacional. Os setores mais afetados são os de alojamento e alimentação, com retração de 75,9%, postos de combustíveis, 45,1% e veículos, incluindo peças e serviços, com queda de 55,1%.
Assim como na estatística nacional, o único setor com aumento no faturamento foi o de supermercados e hipermercados, com alta de 16,2%.