Por Laís Lis, Gustavo Garcia e Guilherme Mazui, G1 — Brasília


Ministro da Economia, Paulo Guedes, volta a criticar reajuste de servidores

Ministro da Economia, Paulo Guedes, volta a criticar reajuste de servidores

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a criticar nesta sexta-feira (15) a permissão para reajuste de servidores até dezembro de 2021, incluída pelo Congresso Nacional no pacote de ajuda financeira a estados e municípios.

Em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, Guedes afirmou que “nossos heróis não são mercenários” e que "medalhas", numa analogia aos reajustes salariais, só são dadas após a guerra. O texto está na mesa do presidente Jair Bolsonaro, que tem até a próxima semana para sancionar ou vetar as medidas.

“Nós queremos saber o que podemos fazer de sacrifício pelo Brasil nessa hora. E não o que o Brasil pode fazer por nós. E as medalhas são dadas após a guerra, não antes da guerra. Nossos heróis não são mercenários. Que história é essa de pedir aumento de salário porque um policial vai à rua exercer a sua função, ou porque um médico vai à rua exercer a sua função?”, disse Guedes.

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Segundo ele, quem trabalhar a mais no combate ao coronavírus já vai receber pagamento adicional, na forma de hora extra. Guedes afirmou que as recompensas devem ser dadas após o fim da pandemia, quando o Brasil tiver se reerguido da crise.

“Nós vamos nos lembrar disso, vamos botar o quinquênio, o anuênio, o milênio, o 'eugênio'. Tudo que for preciso. Mas não antes da batalha. Não podemos aproveitar um momento de fragilidade, em que o Brasil cai na crise financeiramente”, disse.

O ministro afirmou ainda que tem gente que está usando “cadáveres para fazer palanque”, que isso é inaceitável e que será punido pela população. E voltou a defender o veto, que vem sendo recomendado pela área econômica ao Palácio do Planalto há mais de uma semana.

"Se ele [Bolsonaro] tiver que vetar, ele veta, não transformem isso em ato político. Esse é um pedido que eu faço de colaboração, que sejamos bem interpretado."

"Só vamos pedir uma contribuição, por favor, enquanto o Brasil está de joelhos, nocauteado, tentando se reerguer, por favor, não assaltem o Brasil. Não transformem um ano eleitoral, onde é importante tirar o máximo possível do gigante que foi abatido, deixa ele levantar", declarou Guedes.

Veto ainda não saiu

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O texto da ajuda financeira foi aprovado em 6 de maio. O presidente chegou a anunciar a sanção com veto a reajustes ao longo da última semana, mas a lei não foi publicada no "Diário Oficial da União". Na última quarta (13), o Congresso aprovou um reajuste a policiais e bombeiros do Distrito Federal, que também aguarda sanção presidencial.

Nesta sexta, Paulo Guedes afirmou que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a sugerir um corte de 25% no salário dos servidores. A equipe econômica, segundo ele, não defende cortes, mas apenas a manutenção dos valores atuais.

"Se o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, quer cortar 25%, por que não só manter constante? Colabore comigo, é uma hora de assumir as lideranças, fazer as coisas difíceis", disse.

Menos de 1 milhão de empregos perdidos

Na coletiva, o ministro afirmou que o Brasil perdeu menos de 1 milhão de empregos durante a crise provocara pela pandemia da Covid-19. Guedes não apresentou dados exatos, nem disse quando o levantamento completo será divulgado.

“Nas últimas cinco semanas, os Estados Unidos demitiram mais de 26 milhões de pessoas e o Brasil perdeu menos de 1 milhão de empregos. E preservou, registrados, 7 milhões de empregos”, afirmou.

Guedes creditou a manutenção dos empregos à medida provisória que permitiu redução de jornada e salário, com compensação da União, e à linha de crédito para financiar folha salarial.

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